Trabalhadores Cristãos querem reflexão sobre descanso ao domingo, um «dia da família, de encontro»

Portugal recebeu seminário internacional sobre «precariedades e desigualdades, nas empresas e no mundo laboral»

O coordenador nacional da Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) defendeu a necessidade de manter o domingo como um “dia da família, dia de encontro”, uma das prioridades de ação no próximo ano pastoral.

“A questão da precariedade ou da irregularidade do trabalho provoca muitos desencontros, dificuldades nas famílias, e tem que ser aprofundado. Há muitas coisas que estão funcionar ao domingo e não deveriam”, disse Américo Monteiro, à margem de um seminário internacional que decorreu em Alfragide, entre os dias 10 e 13 deste mês.

O coordenador da LOC/MTC Portugal destacou a importância do “descanso dos trabalhadores”, pelo que só deveria estar em funcionamento o que “é essencial para a saúde, o lazer, os cuidados essenciais”.

O movimento católico tem também como prioridade dar atenção aos horários e os salários,considerando que “têm que melhorar”, de forma a permitir às pessoas “outras condições de vida”.

Segundo Américo Monteiro, a LOC/MTC quer “dar muita atenção à Laudato Si”, a encíclica ecológica e social do Papa Francisco; outra linha de ação para o ano 2019/2020 é “consciencializar” as pessoas que todos “têm de dar bons contributos para que o clima, que o ambiente seja cuidado”.

O seminário internacional ‘Precariedades e Desigualdades, nas Empresas e no Mundo Laboral, e Proteção Social para todos’ reuniu representantes de vários movimentos europeus e nacionais, participantes de cinco países, em reflexão, formação e partilha de “experiência e conhecimentos”.

“Sairemos mais enriquecidos para continuar esta nossa militância cristã de estar e de acompanhar os menos desfavorecidos da sociedade”, afirmou Américo Monteiro, dando como exemplo a partilha de uma dirigente sobre os empregados de limpeza e os empregados de segurança, “pessoas que vivem situações de precariedade de muito alto grau”.

O referente para a política do Movimento Operário Católico da Alemanha – KAB, que tem cerca de 100 mil membros, apresentou dois exemplos de “outsourcing”, de subcontratação, que é “uma tendência geral das empresas que diminuem cada vez mais o pessoal efetivo”.

À Agência ECCLESIA, Wilfried Wienem descreveu a situação da indústria dos matadouros no norte da Alemanha que trabalham com pessoas “da Bulgária, da Roménia”, que são “subcontratados através de outras empresas com condições muito más”, e das “mulheres do leste da Europa” que cuidam de pessoas que “têm necessidades de saúde” no domicílio, “24 horas por dia, não têm horário fixo, e durante alguns meses sem qualquer segurança”.

De Espanha, Hermandad Obrera de Accion Católica (HOAC) trouxe como preocupação o “desemprego, “que está a baixar”, mas o “trabalho que se gera é precário, temporário principalmente”.

“Os contratos mais de 90% são temporários e muitos, às vezes, são menos de um mês. Para a vida das pessoas e da família tem uma repercussão muito grave”, assinalou María del Pino Sánchez.

(Com Ecclesia)

 

Scroll to Top