Francisco presidiu ao matrimónio de 20 casais da Diocese de Roma
O Papa Francisco presidiu hoje ao matrimónio de 20 casais da Diocese de Roma, na Basílica de São Pedro, a quem pediu a coragem de resistir à “tentação de voltar para trás”.
O remédio que Deus oferece ao povo vale também e de modo particular para os casais que «não suportam o caminho» e acabam mordidos pelas tentações do desânimo, da infidelidade, do retrocesso, do abandono… Também a eles Deus Pai entrega o seu Filho Jesus, não para os condenar, mas para os salvar”, disse, na homilia da Missa a que presidiu, concelebrada por responsáveis da Diocese de Roma e 40 padres amigos dos noivos.
A intervenção do Papa sublinhou a importância da família para a sociedade e para a Igreja Católica, elogiando a “incalculável” força e “carga de humanidade” presentes nelas, visíveis na “ajuda mútua, o acompanhamento educativo, as relações que crescem com o crescimento das pessoas, a partilha das alegrias e das dificuldades”.
“As famílias constituem o primeiro lugar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os «tijolos» para a construção da sociedade”, precisou.
Francisco deixou palavras de estímulo aos noivos, que chamou a fazer do outro uma pessoa melhor, apesar das dificuldades.
“Não é um caminho suave, sem conflitos, não! Não seria humano. É uma viagem laboriosa, por vezes difícil, chegando mesmo a ser conflituosa, mas isto é a vida”, observou.
Para o Papa, o matrimónio “é símbolo da vida, da vida real, não é uma ficção”.
Neste sentido, repetiu o conselho que tem deixado aos casais, para que nunca acabem o dia “sem fazer as pazes” e desejou “felicidades” a todos.
“Haverá cruzes, com certeza, mas o Senhor estará sempre lá, para ajudar-vos a seguir em frente”, concluiu.
A celebração dos 20 casamentos foi a primeira do género no atual pontificado e realiza-se três semanas antes do início da III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que decorre em outubro, sobre a família.
São João Paulo II também celebrou casamentos por ocasião do I Encontro Mundial das Famílias, em 1994; o último casamento coletivo realizado na Praça São Pedro, ocorreu há 14 anos, também presidido pelo Papa polaco.
Segundo a Rádio Vaticano, a noiva mais jovem tem 25 anos, enquanto o noivo mais velho tem 56.
“Entre os casais, há pessoas que já vivem juntas e que têm inclusive filhos”, acrescenta a emissora pontifícia.
Uma das noivas era Gabriela, que foi mãe ainda adolescente, que se casou com Guido, que teve um primeiro matrimónio declarado nulo pela Santa Sé.
Em declarações à Rádio Vaticano, Gabriela diz que a “privação” dos Sacramentos seria “muito dolorosa” e fala deste momento como um dom.
Guido, por sua vez, confessa que esta oportunidade representou “uma mudança” na sua vida de fé, reaproximando-o da Igreja.
ECCLESIA