Caminhada sinodal exige compromisso de todos, em especial dos sacerdotes e dos jovens
O bispo de Angra acaba de escrever a nota pastoral “A beleza de caminharmos juntos em Cristo”, onde apela a uma atualização do debate entre as comunidades cristãs e a sociedade capaz de produzir reflexões que apontem o caminho para respostas mais adequadas à evangelização do mundo de hoje.
Além do debate interno, orientado segundo `grelhas´ que hão de ser disponibilizadas pela Comissão Coordenadora da Caminhada Sinodal, e que exigirá uma mobilização generalizada de todos os cristãos, D. João lavrador apela a que “onde seja possível” se “estimule os diversos grupos e pessoas da sociedade e da cultura a que debatam os temas propostos para nos ajudarem, com a sua sensibilidade, a melhor dialogarmos com o mundo de hoje oferecendo-lhe uma Igreja mais próxima e atenta, acolhedora e em atitude de serviço à pessoa e à sociedade.”
“Que todos e cada um dos cristãos se sintam empenhados em oferecer o seu contributo para o rejuvenescimento da nossa Igreja e das nossas comunidades”-, na elaboração de uma reflexão séria “sobre a realidade que somos no âmbito social, cultural e eclesial”, diz o bispo de Angra.
A pouco mais de um mês do inicio do ano pastoral (oficialmente começa a 6 de outubro, mas durante este mês produzir-se-á a movimentação dos sacerdotes destacados para novas comunidades), D. João Lavrador convoca toda a diocese para se mobilizar num compromisso efetivo de comunhão.
“Ajudados por alguns textos e com um conjunto de interrogações que vão ser lançadas, contribuiremos para um juízo mais aprofundado da situação concreta em que se encontram os Açores e nomeadamente a Igreja diocesana com as suas comunidades e fiéis”, desafia o prelado que pede ainda para que as respostas encontradas nesse debate possam ser enviadas à Comissão Coordenadora da Caminhada Sinodal.
“A síntese destas respostas com a ajuda de estudos científicos acerca da realidade social, cultural e eclesial da nossa diocese, será submetida à reflexão dos Conselhos Presbiteral e Pastoral Diocesanos, que em reunião conjunta proporão os caminhos a seguir para a caminhada sinodal de modo a fazer uma verdadeira experiência de comunhão e de corresponsabilidade na missão evangelizadora das comunidades paroquiais, instituições, movimentos, serviços e grupos” adianta o prelado.
O bispo de Angra lança um especial repto aos jovens “para que sejam os primeiros a oferecerem os seus sonhos e o seu entusiasmo, a sua coragem e o dinamismo da sua fé para nos ajudarem a rejuvenescer a Igreja diocesana, as comunidades paroquiais, os grupos e os movimentos apostólicos”, mas também aos sacerdotes.
“Os sacerdotes têm neste caminhar sinodal um papel imprescindível. Estou seguro de que todos irão dedicar o melhor das suas energias e capacidades na mobilização, no acompanhamento, na formação, na coordenação e na experiência de comunhão e co-responsabilidade que se exigem neste percurso eclesial”, acrescenta.
“A caminhada sinodal é essencialmente uma experiência de comunhão de todos os batizados, de participação dinâmica de todos os cristãos, de partilha de dons e capacidades entre todos os membros da comunidade cristã e edificação de comunidades que pela participação ativa e consciente da Eucaristia se tornam no meio do mundo testemunhas do amor de Deus revelado em Jesus Cristo” conclui.
O responsável pela Igreja açoriana lembra ainda que cada ano pastoral que começa é um “desafio à criatividade da igreja” e salienta a importância das diretivas do Concilio Vaticano II para justificar a “oportunidade” do inicio desta caminhada sinodal que em 2019-2020 viverá o seu primeiro ano começando “ por escutar, por ver e analisar a realidade envolvente.”
“Esta longa caminhada em comunhão” será, no entendimento de D. João Lavrador, uma forma da Igreja encontrar as “melhores propostas” para “responder eficazmente aos desafios que lhe são lançados para a evangelização do mundo de hoje”.
Recorde-se que já este mês haverá três sessões de apresentação do Plano Pastoral nas três vigararias, destinadas aos sacerdotes mas também aos leigos.