Projeto açoriano de luta contra a pobreza em São José reconhecido no continente
O Plano Integrado de Resposta à Pobreza de São José, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, denominado Plano São Lucas, foi apresentado esta semana no âmbito das 29ªs Jornadas da Pastoral Social que se realizaram em Fátima entre 9 e 11 de setembro.
O projecto nasceu a 18 de outubro de 2011, apoia mensalmente cerca de 150 entre famílias e idosos. Trata-se de um projeto de apoio local , que congrega a ação de várias entidades que sinalizam, avaliam e intervêm no apoio e no acompanhamento de famílias em dificuldades, dotando-as de competências com vista a uma progressiva autonomização.
A apresentação do projecto que resulta de uma “união de esforços” que se materializa “numa rede de proximidade e afectos” coube à sua coordenadora, Vitória Furtado, Psicóloga e dinamizadora desta iniciativa local de resposta contra a pobreza numa das paróquias mais centrais de Ponta Delgada.
O Plano São Lucas visa melhorar a qualidade de vida de idosos; crianças e famílias em situação de desvantagem económica e social, residentes na Paróquia de São José e integra, como principais entidades gestoras, o Centro Paroquial de Bem Estar Social de São José e a Conferência Vicentina de São José, sendo entidades parceiras fundamentais para o desenvolvimento do mesmo, a Junta de Freguesia de São José; o Banco Alimentar contra a Fome; o Instituto Bom Pastor e o ISSA, entre outras entidades e empresas que pontualmente colaboram.
“O projecto foi muito bem recebido pelos participantes nas jornadas” disse ao Portal da Diocese o responsável diocesano pela Pastoral Social, Pe Cipriano Pacheco.
De resto, “as jornadas foram muito proveitosas de uma maneira geral porque partiram de uma base teórica – “Dimensão social do anúncio do Evangelho”, retirado do 4.º capítulo da exortação apostólica A alegria do Evangelho, do Papa Francisco, mas com uma leitura muito próxima e assente nas experiências de intervenção social no país”, acrescentou ainda o responsável diocesano.
“De uma maneira geral os problemas aflorados, de uma forma muito dinâmica e precisa, são transversais aos problemas que enfrentamos nos Açores; as respostas é que são mais inovadoras do que as nossas”, sublinhou, ainda, o Pe Cipriano Pacheco.
“Há projectos muito interessantes que importava estudar para perceber da sua aplicação aqui nos Açores. Refiro-me concretamente a programas e iniciativas da Cáritas nacional que deveríamos analisar do ponto de vista diocesano”, concluiu.
O encontro nacional da Pastoral Social em Fátima apontou para a importância de motivar os agentes católicos a enfrentarem “com maior coragem” os dramas humanos que são chamados a resolver.
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social, pe José Manuel Pereira de Almeida, recorda as “muitas pessoas” que se dedicam, “no quotidiano”, a “transformar uma realidade que é difícil” e que precisam de ser ajudadas para não baixarem os braços.
Na opinião do padre José Manuel Pereira de Almeida, cada um dos participantes teve a oportunidade de “ler melhor ou ler mesmo” os desafios contidos naquele documento.
Uma aprendizagem que se deverá agora traduzir em “gestos ousados”, no meio daqueles que mais precisem e em “palavras oportunas de denúncia e anúncio do muito bem que existe e das injustiças existentes”, frisa aquele responsável.
Um dos aspetos “sublinhados” ao longo dos três dias de reunião foi a necessidade de cada cristão assumir maior “protagonismo” no campo da Pastoral Social, de cada paróquia ou comunidade estar atenta aos problemas das pessoas e ser proactiva na sua resolução, sem estar à espera de uma orientação “central”.