Este ano terminam as comemorações do 50º aniversário
O Colégio de Santa Clara, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, vai abrir o novo ano letivo com a preocupação de ser a segunda casa para as 392 crianças que vão frequentar a escola, distribuídas por vários níveis de ensino- creche, jardim de infância, primeiro e segundo ciclos.
“Vamos procurar fazer com que as nossas crianças vivam a escola como um complemento às suas casas, com valores familiares e que encontrem na nossa equipa as referências para valores como a solidariedade, a partilha, o respeito e a compreensão”, adiantou ao Portal da Diocese a responsável pedagógica do Colégio, Irmã Helena Godinho.
O projeto educativo da escola, este ano, inspira-se de resto neste lema- A Escola é uma segunda casa- e começa a ser desenvolvido já durante o mês de outubro, altura em que o colégio de Santa Clara, dirigido pela Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, prepara um conjunto de atividades para encerrar as comemorações do 50º aniversário da instituição, fundada na ilha Terceira com o auxilio da Professora Clotilde Barcelos.
Deste programa de encerramento constam três grandes momentos. A 4 de outubro realiza-se um jantar de gala aberto a toda a comunidade, no Clube de Golfe da ilha Terceira e no dia 6 celebra-se uma missa de ação de graças, na Igreja de São Carlos, em Angra do Heroísmo, na qual participarão apenas os alunos do quinto e sexto anos.
No dia 7 de outubro, dia da fundação do Colégio, os alunos desenvolverão atividades lúdicas diversas e será editada a revista comemorativa deste meio século de história que será, igualmente, assinalado com o lançamento de um subscrito e de um selo alusivo à efeméride, em colaboração com os CTT.
“Temos uma história de que nos orgulhamos e o nosso objetivo é sempre o mesmo: tentar promover o ensino católico dando a conhecer Jesus Cristo, preparando os nosso alunos para serm cidadãos empenhados e formados nos valores cristãos”.
O Colégo reabre com a mesma oferta letiva de outros anos e com quase 400 alunos.
“Mantivemos o número de alunos de uma forma geral. Onde sentimos uma ligeira diminuição foi no jardim de infância e verificamos, também, alguma contenção dos pais, por causa destas dificuldades económicas , sobretudo na escolha e na seleção das actividades extracurrciulares que nós oferecemos”, refere a Irmã Helena Godinho.
Aos problemas financeiros acrescem outros que decorrem essencialmente da destruturação de algumas famílias, que se acentuou com esta crise.
“A família em geral atravessa hoje grandes dificuldades quer ao nível material quer ao nível dos valores e isso reflete-se na qualidade da vivência familiar repercutindo-se na estabilidade emocional das crianças que revelam depois dificuldades de concentração, de motivação com naturais implicações no seu sucesso e desempenho escolares”, sublinha a diretora do Colégio de Santa Clara.
Ainda assim, refere, “temos uma equipa muito coesa e muito atenta, que, com uma colaboração empenhada dos pais, ajudará a ultrapassar os problemas”.
Do ponto de vista pedagógico, a “grande preocupação” é o momento dos exames nacionais, que se realizam antes do fim do ano letivo, o que constitui uma “dificuldade acrescida que nos faz concentrar muito na meta de darmos todos os programas completos e isso impede-nos de desenvolver outro tipo de atividades que pudessem tornar a escola mais lúdica e ao mesmo tempo mais apelativa para as crianças”.
A responsável, docente de matemática no segundo ciclo, refere ainda que “em termos de filosofia a escola está a voltar aoque era há alguns anos atrás, com os estabelecimentos de ensino muito concentrados nos programas, que são extensos e estão sempre a mudar, e menos na aprendizagem e no desenvolvimento integral dos alunos”.
As aulas no Colégio de Santa Clara começam formalmente no dia 16 de setembro, como em todas as escolas da ilha Terceira, por causa da tolerância de ponto concedida por ser a tradicional “segunda feira da Serreta”.