Encontro Ibérico das Comissões de Comunicações Sociais destaca necessidade de criar conteúdos em novos formatos
Os responsáveis das Comissões de Comunicações Sociais da Igreja Católica em Portugal e Espanha defendem, num comunicado conjunto, a adoção de uma linguagem “inquestionavelmente digital”, na presença eclesial nos media.
“Urge incorporar uma nova linguagem, inquestionavelmente digital, expressão de uma nova cultura. Ela obriga-nos, por um lado, a criar conteúdos em novos formatos (desde videojogos a histórias no Twitter ou no Instagram), para o que será decisivo o protagonismo dos jovens nativos digitais”, assinala o documento conclusivo da reunião de três dias, que decorreu na cidade espanhola de Palma de Maiorca.
Os membros da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais (Portugal) e da Comisión Episcopal de Medios de Comunicación Social (CEMCS, Espanha), sublinham a necessidade de “saber trabalhar no backoffice da sociedade, a rede que ajuda a compreender a pessoa segundo a proposta cristã”.
Temos de assumir novamente a necessidade, hoje cada mais vez urgente pelo contexto digital em que vivemos, de uma comunicação ativa que não responda tão só aos problemas do dia a dia, mas que seja capaz de criar um ambiente na comunicação em que a mensagem cristã se antecipe e seja a referência”
O encontro anual teve como tema ‘Criar comunidades humanas no contexto das comunidades digitais’, contando com a presença de especialistas ibéricos e de delegados dos meios de comunicação das três dioceses das Ilhas Baleares.
“A importância da comunicação digital não pode fazer perder de vista a necessidade de uma verdadeira comunidade humana. Reafirmamos a proposta cristã de uma comunidade vinculada pelo amor que se manifesta também na família e, naturalmente, nas reuniões da comunidade, que celebra, partilha e anuncia a fé”, realçam os participantes.
O documento final sublinha a importância de que os vários meios de comunicação “respeitem a verdade, a dignidade humana e o bem comum, propondo caminhos de desenvolvimento integral”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, D. João Lavrador, bispo de Angra e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, sublinha a importância de “saber oferecer uma leitura” e uma perspetiva para todos os acontecimentos, a partir da Doutrina Social da Igreja e da mensagem do Evangelho.
“A Igreja tem de ser, dalguma maneira, pioneira nessa proposta e nessa leitura”, observou.
O responsável assume a necessidade de “contar com os jovens”, neste esforço: “Ou nos colocamos os jovens, com o seu protagonismos próprio, ajudando-nos com a sua linguagem, para que todos nós estejamos em sintonia, ou então eles não nos entendem. Por outro lado, o futuro está ameaçado”.
A Jornada Mundial da Juventude que Lisboa vai receber, em 2022, surge assim como um teste à capacidade de valorizar este “protagonismo juvenil”, em particular no mundo digital,
O encontro contou com a participação de D. Ginés García Beltrán, bispo de Getafe e presidente da CEMCS); o bispo de Maiorca, D. Sebastià Taltavull; D. José Manuel Lorca Planes, bispo de Cartagena; D. Salvador Giménez Valls, bispo de Lleida; D. José Ignacio Munilla Aguirre, bispo de San Sebastián; D. José María Gil Tamayo, bispo de Ávila; o bispo emérito de Lleida, D. Joan Píris Frígola; e o diretor do secretariado da CEMCS, José Gabriel Vera Beorlegui.
Por parte da Conferência Episcopal Portuguesa participaram D. João Lavrador; D. Amândio Tomás, administrado apostólica de Vila Real; D. Nuno Brás, bispo de Funchal; D. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto; D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa; Isabel Figueiredo, diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, e Paulo Rocha, secretário da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
(Com Ecclesia)