O anuncio foi feito pelo reitor do Santuário no sermão da recolha da imagem depois da Procissão da Mudança
Madre Teresa da Anunciada vai ter uma nova estátua no adro da Igreja do Convento da Esperança e a atual estátua vai ser transladada para o interior do Convento, nomeadamente para o jardim de que ela própria cuidava, anunciou esta tarde o Reitor do Santuário, Cónego Adriano Borges.
“Outra imagem surgirá neste adro que agora ocupamos, mais perto do Santuário, mesmo às portas da sua igreja, tal qual a queremos às portas do Céu, à espera de nele entrar e subir aos altares com o reconhecimento da igreja pelo Papa, como beata e, depois queira Deus, e com certeza o quererá, como santa e talvez num futuro co-padroeira da nossa diocese”, afirmou o sacerdote.
Depois, referindo-se a duas datas jubilares importantes em 2034- os 75 anos de elevação do Santuário e a comemoração dos 500 anos da fundação da diocese de Angra- deixou um sonho: “que este lugar seja o centro maior da espiritualidade dos açorianos e dos Açores; que seja um lugar de acolhimento de todos os açorianos independentemente das suas dores; que madre Teresa chegue aos altares da igreja Universal e que esta praça (Campo de São Francisco) se torne apenas e tão justamente o Campo do Senhor, verdadeiro átrio de um santuário, sem trânsito ou outros distúrbios”.
O Reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo, ao contrário do que tem sido hábito fez o sermão na rua, no adro da Igreja, ainda antes da imagem recolher ao coro alto da Igreja, para veneração dos fieis.
Num sermão emocionado, o Cónego Adriano Borges deixou ainda uma ideia muito vincada nos últimos dias: a do Santuário ser um centro de acolhimento da fragilidade.
“Que este santuário e convento continuem a ser lugares de acolhimento de fragilidade e de animo da fé; um lugar de encontro onde todos tenham lugar independentemente da idade, da origem e da situação”, afirmou.
Por isso, “ transformaremos uma parte significativa do nosso convento num lugar de acolhimento para doentes oncológicos”, anunciou aos milhares de peregrinos que se concentravam no Campo de São Francisco, no final da Procissão da Mudança da Imagem.
“Queremos e o Senhor Santo Cristo providenciará que este seja um lugar de acolhimento fazendo jus ao nome que este convento ostenta: esperança. Todos serão bem acolhidos crentes ou não, acolheremos pessoas, seres humanos”, disse ainda.
“Seremos uma verdadeira irmandade alargada, onde todos estaremos para servir e um santuário em saída missionária, qual hospital de campanha onde todos os que o procuram se sintam em casa”.
Para isso, disse contar com o apoio “indispensável daqueles que nos governam, não só pela obrigação legal” que é a defesa do património material mas “ por ser um património da fé geneticamente infundida em milhares de açorianos espalhados por todos”.
No final ficou um agradecimento a todas as congregações que serviram e têm servido no convento, desde as Clarissas, que o fundaram, às Irmãs de São José de Cluny e também à religiosas de Maria Imaculada que atualmente servem no Convento.
“A todas elas estamos todos gratos” disse lembrando particularmente a Irmã Beatriz, falecida no passado dia 17 de maio.
O sermão do Reitor do Santuário foi um dos momentos altos da Procissão da Mudança que se realizou depois da entrega da Imagem ao cuidado da Irmandade. É uma procissão em volta do Campo de São Francisco onde habitualmente inúmeros fiéis cumprem as suas promessas. Na procissão participaram vários prelados entre eles o presidente das Festas, D. José Bettencourt e os bispos de Angra, D. João Lavrador e Emérito de Angra, D. Antonio de Sousa Braga. Além das bandas filarmónicas que entoaram o hino do Senhor Santo Cristo e acompanharam a procissão, também o Coral de São José cantou durante a saída e entrada da Imagem no Convento da Esperança. Este domingo será o mesmo coral a cantar na Missa do Senhor Santo Cristo.