Bispo de Angra exorta famílias cristãs açorianas a estimular vocações

Todas as ilhas estão convocadas para despertar novas vocações. A quinzena vocacional da diocese começa este domingo, dia da mãe.

Sacerdotes, comunidades e famílias cristãs dos açores são convidadas a desenvolver esforços para despertar e estimular vocações pelo Bispo de Angra, na mensagem que escreveu para a Quinzena Vocacional na Diocese que começa amanhã, termina a 18 de maio e tem como ponto alto o Dia do Bom Pastor (11 de maio), altura em que serão ordenados dois novos diáconos e instituídos, nos ministérios laicais, dois seminaristas do quinto ano.

 

 

“Muito já se faz, na Diocese, pelas vocações de especial consagração na Igreja, mas ainda se pode fazer mais e melhor” diz D. António de Sousa Braga sublinhando que  “a rede de animação vocacional tem de se estender a toda a Diocese”.

 

 

Na mensagem para a Quinzena Vocacional da Diocese, D. António de Sousa Braga não poupa elogios à ação do Seminário, a única instituição de formação de sacerdotes no arquipélago, que enfrenta um problema decorrente do número reduzido de alunos(16) e aponta-a como um exemplo a seguir na pastoral vocacional por “todos sem exceção”, desde “sacerdotes” às “famílias”.

 

 

«Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si”, afirma o Bispo de Angra e “isso chama não só as comunidades cristãs, mas também as famílias cristãs. Só na medida em que se tornar autêntica Igreja doméstica, será viveiro de vocações à vida consagrada”.

 

 

O Prelado diocesano reconhece que a conjuntura atual “não favorece as vocações”, sobretudo se tivermos em conta o inverno demográfico que a região atravessa, mas lembra que os cristãos têm o dever de trabalhar “para dar operários à messe”.

 

 

O inicio da Quinzena Vocacional coincide com o dia da Mãe, para quem o bispo de Angra pede uma “oração especial” porque “elas são o esteio das famílias”.

 

 

Pe Helder Miranda

Também o Reitor do Seminário Episcopal de Angra, no âmbito da preparação desta Quinzena Vocacional, escreveu uma carta às famílias.

 

 

Na missiva, que é acompanhada de uma oração, o Pe Hélder Miranda Alexandre, pede-lhes que “vivam a vocação no matrimónio” e “ajudem” os filhos e outros jovens a “descobrirem a sua vocação como cristãos ao serviço dos irmãos”.

 

 

“A vida é um dom de Deus”, lembra o responsável pelo Seminário,  “realizar este projeto é responder ao chamamento para a missão que Deus nos propõe realizar, para sermos santos, isto é, parecidos a Jesus Cristo, no ser e no agir”.

 

 

O reitor do Seminário Episcopal de Angra destaca a importância “da oração e do testemunho” para “despertar vocações” e pede a toda a diocese que “se empenhe nessa tarefa”, lutando contra a “indiferença”.

 

 

“A vida e o ministério de um padre apresentam hoje um novo rosto, imensamente provocador, difícil, mas verdadeiramente insubstituível e gratificante”, diz o Pe Hélder Miranda Alexandre sublinhando  que “o padre é e deve ser um homem de Deus, que fala de Deus aos homens com autenticidade – porque ninguém se deixa levar somente por palavras – e dos homens a Deus, que frequentemente nem falam com Ele”.

 

 

Por isso, conclui, o desafio dos padres é entregarem-se “ao primeiro anúncio” e “formar sem cessar” explicando “o essencial da fé cristã”.

 

 

Durante esta Quinzena Vocacional serão várias as iniciativas que irão decorrer. Entre elas destaca-se a cerimónia de ordenação de dois novos diáconos e a instituição nos ministérios laicais de leitor e acólito de dois seminaristas do sexto e do quintoanos, respetivamente, no dia 11 de maio, domingo do Bom Pastor.

Da esquerda para a direita, Ruben Pacheco, Bruno Espínola, Pedro Aguiare Gaspar Pimentel

Todos encaram este momento como “um desafio” de “serviço” aos outros.

 

 

“Há algo que me move interiormente e que me leva a sonhar com as comunidades que hei de servir em nome de Cristo. Tudo aquilo que ao longo destes seis anos, e que na minha capacidade pude apreender e viver neste plano de formação que o seminário oferece, agora como que quer desabrochar no meio do povo de Deus, a Igreja”, diz Bruno Espínola, natural da Graciosa, que será ordenado diácono.

 

 

Também Rúben Pacheco, que no dia 11 de maio será ordenado diácono, lembra os anos que passou no Seminário e realça o caminho percorrido.

 

 

“O mais importante num caminho é deixar-se guiar por Deus, mesmo na adversidade porque apesar de não ser fácil não estamos sozinhos. Deus está connosco e é capaz de fazer o impossível para que se realize a Sua vontade se quisermos”, reconhece o seminarista que sublinha a necessidade desta caminhada ser feita sempre “de pequenos passos, sem medo de arriscar e de se entregar”.

 

 

No próximo dia 11 de maio, dois outros seminaristas  a frequentar o quinto ano, serão instituídos nos ministérios laicais de leitor e acólito.

 

 

Gaspar Pimentel lembra que no inicio “não acreditava chegar ao fim”, mas “Deus foi e tem sido teimoso comigo dando-me forças para persistir neste caminho”.

 

Pedro Aguiar, de 24 anos, vai ser instituído no ministério laical. Recorda o começo desta caminhada assente “na vontade de ser padre” e garante que “tem crescido intelectual e espiritualmente” .

 

A cerimónia de ordenação e instituição decorre na Sé de Angra, no dia 11 de maio, pelas 18h00. No dia 10 haverá uma Vigilia de Oração na Igreja da Ribeirinha, aberta a todos os grupos de jovens da ilha Terceira.

 

 

Na mensagem para o 51º Dia Mundial de Oração pelas vocações (o quarto domingo de Páscoa), o Papa Francisco apela à oração “pelo aumento do número daqueles que estão ao serviço do reino de Deus”, lembrando que a “messe é grande mas os trabalhadores são poucos”.

 

 

“Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho” diz o Papa lembrando que “quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus”.

 

 

“A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno”, conclui o Santo Padre.

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