Homilia na Casa de Santa Marta alertou para os perigos de ficar “preso à insatisfação”
O Papa Francisco alertou hoje na homilia da Missa que presidiu na Capela da Casa Santa Marta para o “espírito de cansaço” que “abala a esperança”, observando que alguns cristãos, às vezes, “preferem a falência”
“O espírito de cansaço tira-nos a esperança. O cansaço é seletivo: faz-nos sempre ver o lado mau do momento que estamos a viver e esquecer as coisas boas que recebemos”, disse o Papa esta manhã.
Na homilia, a partir da primeira leitura do Livro dos Números (Nm 21,4-9), Francisco destacou a frase “o povo de Deus não suportou a viagem”.
“Os cristãos não suportam a viagem. Os cristãos não suportam a esperança. Os cristãos não suportam a cura. Ficamos mais presos à insatisfação, ao cansaço, à falência. Que o Senhor nos liberte desta doença”, desenvolveu.
Neste contexto, o Papa explicou que passar a vida a lamentar-se acontece com quem “não suporta a ressurreição de Jesus”.
Segundo Francisco alguns cristãos cedem à “falência” sem perceber que é o “campo perfeito para o diabo semear” e, realçou, às vezes, têm “medo das consolações, da esperança, das carícias do Senhor”, tendo “uma vida de viúvas pagas para chorar”.
“Nós, cristãos, muitas vezes não suportamos a viagem. A nossa preferência é apegarmo-nos à falência, isto é, à desolação. A desolação pertence à serpente: A serpente antiga, aquela do paraíso terrestre”, desenvolveu.
O Papa lembrou a frase bíblica – “o povo não suportou a viagem” – para sublinhar que essa é “a vida de muitos cristãos” que vivem “lamentando-se, criticando, murmurando, insatisfeitos”.
“Quando estamos desolados, não suportamos a viagem e procuramos refúgio nos ídolos ou na murmuração ou em tantas outras coisas; Isso é um modelo para nós. E este espírito de cansaço, em nós cristãos, leva-nos também um modo de viver insatisfeito”, observou o Papa Francisco, divulga o sítio online ‘Vatican News’.
(Com Ecclesia)