Texto do reitor do Seminário para Quinzena Vocacional.
Entre Cristo e os homens, como alter Christus (outro Cristo)! A vida e o ministério de um padre apresentam hoje um novo rosto, imensamente provocador, difícil, mas verdadeiramente insubstituível e gratificante. Os candidatos são chamados a serem padres numa sociedade marcada por um indiferentismo crescente e desafiador. Por isso, o sacerdote experimenta a fé em formas de radicalidade diversas de outras formas do passado. É convidado a ser mais, a entregar-se totalmente em favor de homens e mulheres famintos de Deus, muitas vezes sem o saberem. Deste modo, o padre é e deve ser um homem de Deus, que fala de Deus aos homens com autenticidade – porque ninguém se deixa levar somente por palavras – e dos homens a Deus, que frequentemente nem falam com Ele. O seu ministério é um permanecer com o Senhor, um contínuo agir na caridade concreta entre os homens de hoje, necessitados de tudo o que verdadeiramente não tem preço. Essa entrega significa também proclamar sempre o primeiro anúncio, o Kerigma, e formar sem cessar! O desafio maior aí se encontra, porque muitos dos nossos cristãos não conhecem o essencial da fé cristã.
Contudo, existe algo único e profundo nesta doação. Só o padre pode presidir à Eucaristia e oferecer o Sacramento da Reconciliação. Se estes dois sacramentos se tornarem celebração bem vivida podem ser meios únicos do encontro do tempo na eternidade, dos homens com Deus, e de uma mistagogia verdadeiramente necessária. Eis a grandeza do sacerdócio: trazer Jesus aos que tanto Ele deseja!
P. Hélder Miranda Alexandre, Reitor do Seminário Episcopal de Angra (mensagem na íntegra)