Adaptação do Convento da Esperança tem por finalidade acolher e acompanhar melhor os peregrinos
Depois da recuperação do Coro Baixo e do Coro Alto, cuja “urgência” era “absoluta”, o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres vai iniciar um processo de intervenção no Convento por forma a adaptar e melhorar as condições para acolher peregrinos na pernoita no Santuário.
“Queremos dar a possibilidade dos peregrinos viverem uma maior intimidade com o Senhor Santo Cristo dos Milagres” disse ao Igreja Açores o reitor, Cónego Adriano Borges.
“Os santuários são lugares de acolhimento e por isso uma das vertentes do acolhimento, para além da parte espiritual que é determinante, é a parte das instalações” esclarece o Reitor lembrando que estas obras por terem um custo elevado têm de ser feitas de forma faseada e com o apoio do Governo.
Entre as prioridades do reitor está a pastoral da fragilidade, apoiando a pernoita de pessoas doentes, que estejam deslocadas na ilha e que aqui possam recebem o apoio que não têm num hotel.
“Aqui o que procuraremos é que tenham ocupações diárias, procurando ajudar as pessoas mais vulneráveis. Além do apoio espiritual que já damos queremos também dar algum conforto e sobretudo, um sentido a estas pessoas quando mais precisam de ser apoiadas” lembra ainda o Cónego Adriano Borges.
“Creio que será muito bom e as pessoas vão gostar pois além de estarem próximas do Senhor estarão também acompanhadas por nós” referiu lembrando que a rapidez destas obras dependerá dos apoios que receberem.
“Há boa vontade do Senhor Presidente do Governo e também da Senhora Secretária da Solidariedade mas precisamos de um apoio concreto em termos financeiros para sabermos até onde poderemos ir”.
A pastoral da fragilidade é uma das valências dos Santuário. No discurso no encontro de Reitores de Santuários, em Roma, em janeiro deste ano o Papa Francisco lembrou que “ os nossos Santuários são meta não de grupos organizados, mas de peregrinos singulares ou pequenos grupos autónomos que se metem a caminho para alcançar estes lugares santos”.
“É triste quando acontece que, à sua chegada, não há ninguém que lhes diga uma palavra de boas-vindas e os acolha como peregrinos que fizeram uma viagem, muitas vezes longa, para chegar ao Santuário” referiu o Santo Padre.
“É ainda pior quando encontram a porta fechada! Não pode acontecer que se dê maior atenção às exigências materiais e financeiras, esquecendo que a realidade mais importante são os peregrinos. São eles quem conta. O pão vem depois, mas primeiro eles. Devemos ter a atenção de fazer de forma a que cada um deles se sinta “em casa”, como um familiar esperado há muito tempo que chegou finalmente” sublinhou.
As obras que decorrem no Coro alto, que passam pela recuperação de 18 espaços- 16 retábulos e dois portais- estarão maioritariamente concluídas até à Festa do Senhor Santo Cristo, em maio próximo.