Autarquia descerra lápide na casa de João Dias Afonso em dia de aniversário
A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo vai homenagear esta quarta feira o escritor e jornalista terceirense João Dias Afonso, falecido em fevereiro deste ano e que faria 91 anos a 27 de agosto.
A homenagem passa pelo descerramento de uma lápide na Rua de Jesus, onde se situa a casa onde o escritor terceirense nasceu e viveu, numa cerimónia presidida pelo responsável máximo da autarquia, Álamo Meneses e na qual estará presente o Vigário Geral da Diocese, Pe Hélder Fonseca Mendes.
João Dias Afonso foi diretor da Biblioteca Municipal de Angra do Heroísmo e depois funcionário superior da Biblioteca Pública e Arquivo da mesma cidade.
Fez estudos históricos sobre baleação e museologia, com estágios nos EUA (Nova Inglaterra e Califórnia) e no Reino Unido. Deve-se-lhe a organização do museu etno-histórico dos Baleeiros dos Açores, nas Lajes do Pico.
A sua longa carreira de jornalista está ligada, principalmente, aos jornais de Angra do Heroísmo Diário Insular e A União, no primeiro dos quais coordenou uma página de «Artes e Letras» durante 30 anos, de 1946 a 1978, apenas com uma interrupção entre 1959 e 1961, durante a qual foi redactor da antiga Agência Nacional de Informação, em Lisboa.
Como poeta, surge no âmbito do modernismo insular de meados do século XX, com uma poesia em que se reconhece a influência nemesiana.
Foi co-fundador da Real Associação da Ilha Terceira e distinguiu-se nos esforços para a canonização de João Baptista Machadointegrando a comissão diocesana para a causa da canonização.
Chegou mesmo a encontrar-se com o Papa João Paulo II aquando da sua deslocação à ilha Terceira, em 1991, em nome dessa comissão que reuniu as assinaturas e os documentos essenciais para a canonização do beato, nascido na ilha terceira em 1582 e que desenvolveu a sua atividade missionária em Omura e Nagasaki, sendo hoje um dos 205 Mártires do Japão.
O seu processo de canonização continua a aguardar na Santa Sé.
Há uma igreja dedicada ao Beato João Baptista Machado, na ilha Terceira e a sua imagem está exposta em várias igrejas da diocese de Angra e na diáspora açoriana, em esculturas e vitrais.