Papa quer a Igreja comprometida com o desenvolvimento integral das pessoas
O papa Francisco recebeu esta manhã na Sala Clementina, no Vaticano, 200 membros da Fundação “Giorgio La Pira”, reunidos em Roma.
Nas palavras que dirigiu aos participantes no encontro, o Papa expressou o seu desejo de que, esta reunião em Roma, possa contribuir para um maior compromisso com o desenvolvimento integral das pessoas.
Fiéis leigos comprometidos
Falando sobre a figura do estadista Italiano, já considerado venerável pela Igreja, no âmbito do atual momento complexo da vida política italiana e internacional, Francisco disse que a Igreja precisa de fiéis leigos engajados na vida eclesial a serviço do bem comum. E acrescentou: “É importante descobrir Giorgio La Pira, uma figura exemplar para a Igreja e para o mundo moderno. Ele foi uma testemunha entusiasta do Evangelho e um profeta dos nossos tempos. A sua atitude e ação sempre foram inspiradas na perspectiva cristã”.
As suas atividades como professor universitário, sobretudo em Florença, Sena e Pisa, foram multiformes: fundou várias obras de caridade, como a “Missa dos Pobres”. Como supervisor da revista “Princípios”, fez diversas críticas sobre o fascismo. Sendo perseguido pela polícia do então regime, foi obrigado a refugiar-se no Vaticano, na residência do então Substituto de Estado, o arcebispo Giovanni Battista Montini, futuro Papa Paulo VI.
Promoção da paz social
No entanto, o estadista contribuiu para a elaboração da Constituição Italiana. Mas, a sua missão, a serviço do bem comum, teve o seu momento alto como presidente da Câmara de Florença, nos anos cinquenta, quando assumiu uma linha política aberta às necessidades do catolicismo social, dos últimos e das camadas mais frágeis da população.
O Papa Francisco recordou como “Ele se comprometeu também com um grande programa para a promoção da paz social e internacional, promovendo conferências “pela a paz e a civilização cristã”, fazendo apelos vibrantes contra a guerra nuclear.
Mensagem social da Igreja Católica
Por isso, o Santo Padre encorajou os presentes “a manter vivo e difundir o património da ação eclesial e social do Venerável Giorgio La Pira, sobretudo, seu testemunho de fé e amor pelos pobres e marginalizados, seu trabalho pela paz e atuação da mensagem social da Igreja católica”.
“O seu exemplo é precioso, especialmente para os que trabalham no setor público, chamados a serem vigilantes sobre as situações negativas que, São João Paulo II chamava “estruturas de pecado”: situações que atuavam na direção contrária à realização do bem comum e ao respeito da dignidade da pessoa”.
Política, compromisso de humanidade e santidade
De fato, o Venerável Giorgio La Pira dizia: “A política é um compromisso de humanidade e santidade” e, portanto, um caminho exigente de serviço e responsabilidade aos fiéis leigos, chamados à animação cristã das realidades temporais.
Francisco concluiu seu discurso, recordando os inúmeros talentos que estadista italiano deixou aos seus seguidores para serem frutificados. E os exortou: “Exorto-os, portanto, a dar valor às virtudes humanas e cristãs, que fazem parte do património ideal e espiritual do Venerável Giorgio La Pira. Assim, vocês poderão ser construtores da paz, arquitetos da justiça, testemunhas da solidariedade e da caridade, como também fermento dos valores evangélicos na sociedade, especialmente na esfera da cultura e da política”.