Dois meses depois das obras, a principal igreja do concelho das Lajes prepara-se para honrar padroeira Nossa Senhora de Lourdes
A Igreja Matriz das Lajes do Pico reabriu ao culto este domingo à noite depois de dois meses de obras de restauro do soalho e da capela mor, apurou o Portal da Diocesano numa nota informativa a que teve acesso esta segunda feira.
A cerimónia de reabertura, presidida pelo Vigário Geral da Diocese de Angra, Pe Hélder Fonseca Mendes, na qual esteve presente o Ouvidor da ilha do Pico, Pe Marco Martinho, realizou-se depois de uma procissão de velas desde a Igreja de São Francisco, onde decorreram os primeiros quatro dias do novenário preparatório da festa da Senhora de Lourdes.
Na ocasião, o Vigário Geral que pregou o novenário, aproveitou os relatos feitos numa crónica publicada nos finais do século XIX sobre estas festas, para desafiar os fieis lajenses a repetirem esta procissão de velas entre a igreja franciscana e a da Matriz, como é descrito no referido documento que dá conta desta prática há dois séculos atrás.
“Foi um momento muito bonito e de grande intensidade espiritual” disse ao Portal da Diocese o Pe Hélder Fonseca Mendes que fez a bênção do edifício restaurado depois das obras de repavimentação e conservação do altar mor.
Durante dois meses a igreja esteve fechada ao culto e as obras foram custeadas por apoios públicos e também dos paroquianos.
Na ocasião, o Pe João Bettencourt das Neves, responsável por esta paróquia, agradeceu a todos a “generosidade e o empenho” para que tudo tivesse corrido dentro do previsto.
O novenário preparatório das Festas em honra de Nossa Senhora de Lourdes, que coincidem com a Semana dos Baleeiros, uma das festas mais emblemáticas e antigas dos Açores, prossegue agora na igreja Matriz.
Para trás ficam três dias de pregação por parte do Vigário Geral que sublinhou a importância histórica desta festa e exortou os lajenses a “respeitarem a tradição introduzindo a criatividade própria deste tempo”.
“Precisamos todos de procurar responder à pergunta- Quem é Jesus Cristo, para nós e para os outros- e esta resposta temos de a encontrar à luz da fé e da experiência de fé que também assenta na tradição”, disse o responsável diocesano.
“As lições de vida” e os “testemunhos” de cada cristão são importantes para preservar a tradição e introduzir, “sempre que possível a criatividade própria de cada tempo”, precisou ainda Hélder Fonseca Mendes.
O novenário prossegue até ao próximo dia 29 e os dias principais da festa são o sábado e domingo. A procissão marítima, a missa e a pregação da procissão solene, junto ao cais, serão presididas pelo Pe Jorge Ferreira, que se encontra atualmente em Roma no Pontifício Colégio Português, em substituição do reitor do Seminário Episcopal de Angra, como estava inicialmente previsto e o Portal da Diocese avançou.