Cónego Adriano Borges presidiu às festas do Senhor Bom Jesus da Pedra, uma das maiores festas de verão da ilha de São Miguel, na diocese de Angra
O Cónego Adriano Borges desafiou este domingo os devotos do Senhor Bom Jesus da Pedra a não desistirem de lutar pela verdade e pela justiça, tomando como exemplo o “Bom Jesus” que perante a “cobardia” dos homens manteve sempre “a serenidade e a força”.
“Esta festa ensina-nos que, mesmo na fraqueza e na fragilidade física, não podemos desistir. Perante as adversidades da vida é preciso recuperar forças para continuar a caminhada em defesa da verdade. O bem e a justiça são sempre a verdade. São valores cristãos, humanos e civis. Não podemos desistir de lutar pelo bem e pela justiça”, disse o sacerdote a homilia da missa da festa do Senhor Bom Jesus da Pedra, em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.
“Quando olhamos para a imagem do Senhor Bom Jesus da Pedra há algo de fascinante neste olhar: serenidade total; alguém que sabe qual é o seu fim e o destino. E ainda assim mantém uma enorme serenidade . Não se trata de resignação; é alguém que se sentou para retomar e retemperar forças” disse o sacerdote sublinhando, por outro lado, que esta serenidade ”dá força para encarar a adversidade”
A partir da história da vida de Jesus, desde o nascimento até à morte – uma história feita de “coisas improváveis” e de “sofrimento”- o cónego Adriano Borges lembrou que Jesus foi condenado sem culpa e apenas porque ousou “mexer com os paradigmas daquele tempo”.
“Nunca assumamos atitudes de cobardia” acrescentou o sacerdote lembrando que a condenação de Jesus à morte foi uma atitude de cobardia, de quem se sentiu ameaçado.
“Jesus não era um rei, um politico, um agitador mas Jesus tocou nas feridas, criticando uma religião ritualista, sem coração, vazia e oca, fazendo com que os seus líderes caíssem no descrédito e por isso tinha que morrer” afirmou o Vigário Episcopal para as ilhas de São Miguel e Santa Maria.
“Tal como Ele foi forte, perante os desafios da nossa vida também nós não nos devemos acobardar, encontrar desculpas esfarrapadas para não lutar pela justiça”, disse ainda.
O sacerdote presidiu às festas do Senhor Bom Jesus da Pedra que este fim de semana arrastaram um “mar de gente” para a antiga capital da ilha de São Miguel. As festas do Senhor da Pedra, como são conhecidas, atraem milhares de forasteiros a Vila Franca, entre eles os emigrantes da diáspora que regressam nesta altura. As festas organizadas pela Santa Casa da Misericórdia tiveram ontem o seu momento alto com a procissão que percorreu as principais artérias de Vila Franca do Campo.