D. Nuno Almeida sublinha “testemunho de fé e de profunda devoção” dos picoenses

Bispo auxiliar de Braga presidiu à Eucaristia de encerramento das festas do Senhor Bom Jesus Milagroso, que terminaram hoje em São Mateus

O bispo auxiliar de Braga, que nos últimos três dias presidiu às Festas do Senhor Bom Jesus Milagroso, em São Mateus, na ilha do Pico, agradeceu aos peregrinos presentes no Santuário o testemunho de “fé e de profunda devoção” destacando que estes três dias de festa foram dias de verdadeiro encontro.

“As Festas do Senhor Bom Jesus Milagroso proporcionaram-nos momentos inesquecíveis de celebração, de oração, de alto nível cultural, de convívio. Tudo a fomentar uma verdadeira cultura do encontro”, disse D. Nuno Almeida.

“Dias de encontro coração a coração com o Senhor Bom Jesus. Partimos mais unidos a Ele! Dias em que o Senhor nos deu realmente irmãos e irmãs. Foram de encontro em família e em comunidade”, precisou o prelado.

Durante a homilia da missa  de encerramento  das festas, marcada pela transladação da Veneranda Imagem do Senhor Bom Jesus Milagroso do trono do Santuário para a Sua Capela, o bispo auxiliar de Braga fez uma analogia entre os factos narrados no Evangelho de Mateus, quando Jesus começou a andar sobre água perante o espanto dos discípulos, para lembrar que diante dos factos inesperados da vida e as suas tribulações os cristãos não devem perder a esperança ou sequer ter medo.

“Aquela barca, agitada pelo vento e batida pelas ondas (onde estavam os discípulos), tornou-se o símbolo da Igreja de todos os tempos. Para cada um de nós, cristãos, que realiza a travessia da vida, mais cedo ou mais tarde chega o momento do medo” disse o prelado.

“É provável que também nós nos tenhamos encontrado, por vezes, com o coração atormentado. Talvez tenhamos sido levados, por um vento contrário, para a direção oposta à queríamos ir. Ou tenhamos tido receio que a nossa vida ou a da nossa família naufragasse”, acrescentou ainda.

“Não há nada mais terrível do que nos sentirmos sós no momento da provação. Quando não temos ninguém com quem partilhar o nosso sofrimento, ou que nos ajude a resolver situações difíceis, o sofrimento pode tornar-se insuportável e chegamos a desabafar: “Já não aguento mais!”. E então, Jesus vem ao nosso encontro sobre o nosso mar agitado e tempestuoso, e repete-nos de novo: “Tendo confiança. Sou Eu. Não temais!”, disse.

“Jesus penetrou realmente em todos os sofrimentos, tomou sobre si todas as nossas provações, identificou-se com cada um de nós. Ele está presente em tudo aquilo que nos faz sofrer, que nos mete medo. Qualquer circunstância dolorosa ou assustadora é um aspeto da sua dor” disse D. Nuno Almeida para concluir que Jesus é a resposta a essa dor.

“Ele é o Amor, e é o próprio amor que afasta o temor”, afirmou.

“Sempre que surgir na nossa vida a tempestade, podemos reconhecer a verdadeira realidade que aí se esconde: é Jesus que vem ao nosso encontro”, concluiu para depois deixar um conjunto de preces pedindo a intercessão de Jesus na cura da indiferença; na proteção do Encontro Mundial de Famílias em Dublin ou no acompanhamento da vida de todos os que passam por dificuldades.

A festa do Senhor Bom Jesus do Pico começou no passado dia 27 e prolongou-se até esta terça feira, altura em que a imagem recolhe à sua capela.

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