Seis sacerdotes açorianos viveram esta experiência em Fátima
A Associação dos Padres do Prado dinamizou em Fátima um encontro sobre a ‘Espiritualidade do Padre Diocesano’, entre quarta e quinta-feira, sublinhando o desafio de servir o Evangelho nos mais pobres.
“Refletimos muito numa Igreja podemos dizer burocrática, uma Igreja máquina, instituição, e sobre como ter esta disponibilidade, esta entrega, para servir o Evangelho nos mais pobres. Esta é a grande espiritualidade dos Padres do Prado”, explicou o padre Pedro Lima da diocese de Angra que está a estudar Teologia Dogmática em Roma na Pontifica Universidade Gregoriana.
Em declarações à Agência Ecclesia, o sacerdote de Angra observa que na vida dos padres diocesanos, às vezes, há algo que rouba tempo, “causa desgaste físico e até psicológico”, e “não leva à missão de levar o Evangelho aos outros”.
A associação chegou a Portugal “logo a seguir” ao Concílio Vaticano II e conta com 12 sacerdotes “com compromisso”, para além de outros simpatizantes.
Para o padre Pedro Lima, o encontro foi uma experiência “enriquecedora”, assinalando que aderiu com “curiosidade” para saber como “crescer nesta espiritualidade”.
“Esta empatia começou quando era seminarista e com o padre Cipriano, o diretor espiritual, falava-nos acerca da espiritualidade dos padres do prado, como a espiritualidade de um padre diocesano”, recordou.
Por sua vez, o padre Cipriano Pacheco, também da diocese de Angra e ex dirigente da Associação em Portugal, conta que nos Padres do Prado teve a “oportunidade de encontrar colegas” que “marcaram muito a vida e, também, “algumas experiências” que fez na França.
“Aqui encontrei um caminho que me ajudou”, afirma o sacerdote açoriano.
O padre Cipriano Pacheco, professor no Seminário de Angra, acrescenta que a associação “tem essa preocupação” de um olhar mais atento ao outro, uma vez que uma das “tentações que os padres seculares estão sujeitos”, pelo seu serviço, “é entrar num certo funcionalismo pastoral”, esquecendo ou deixando outros aspetos “muito importantes na vida do padre hoje no mundo”.
A Associação Padres do Prado foi fundada há 158 anos por Antoine Chevrier, sacerdote da Diocese de Lyon (França) beatificado por João Paulo II, a 4 de outubro de 1986.
“O Prado é à volta de Jesus Cristo, de conhecer Jesus Cristo, o Evangelho, e depois tentar contemplá-lo na vida das pessoas. Perceber em que é que estas pessoas, o povo me pode desafiar e ajudar a encontrar Jesus”, explica o responsável nacional da associação, padre Emanuel Valadão, salientando também a “faceta” da fraternidade sacerdotal, “uma descoberta feita em caminhada com outros padres”.
Já no próximo dia 21, a associação promove um Encontro Nacional de Leigos, em Fátima; o retiro para sacerdotes vai ser orientado pelo padre Armando Pasqualloto, um dos responsáveis do Prado Internacional, de 12 a 16 de novembro, também em Fátima.
Os ‘Padres do Prado’ estão nas Diocese de Braga, Coimbra, Setúbal, e Angra e dedicaram o encontro anual à ‘Espiritualidade do Padre Diocesano’, tendo como orador o sacerdote espanhol Félix Ayuso, pároco em Roma e acompanha os presbíteros que querem conhecer a associação.
(Com Ecclesia)