Reflexão para a semana santa, que o Portal da Diocese publica na íntegra, realça que “não há miséria nem sofrimento humano” que Deus não tente corrigir.
A Páscoa é a materialização efetiva do amor de Deus pela Humanidade, diz o Bispo de Angra na reflexão que propõe à Diocese no dia em que se assinala o começo da Semana Santa, o tempo maior da liturgia católica, que nos Açores é vivido de forma muito especial, sobretudo na sexta-feira santa com a celebração da Paixão de Jesus.
“A Cruz é o lugar em que Deus diz o seu verdadeiro nome” e ”se faz próximo, Deus-Connosco… E a partir de então, ficamos a saber que não há miséria humana que Deus não possa visitar e partilhar… Onde houver sofrimento, Deus pode fazer com que nasça a vida e nasça com abundância. Foi o que fez na Páscoa”, diz D. António de Sousa Braga.
“Não é que Deus exija sofrimento e morte, como moeda de troca pela plenitude da vida. Fazendo-Se homem e morrendo na Cruz, assumiu os dramas humanos. Com a Ressurreição de Jesus, rasgou para a humanidade um caminho de vida”, sublinha o Prelado Diocesano.
Esta é , segundo o Bispo de Angra a “grande novidade do cristianismo”.
“Um Deus que Se faz homem, sofre e morre numa cruz, é a novidade absoluta do Cristianismo, que não tem paralelo noutras religiões. É, pois, na devoção à Paixão de Jesus que se vive de forma mais profunda o mistério da Incarnação, isto é, a total solidariedade de Deus para com a raça humana, também na dor e no sofrimento”, frisa D. António de Sousa Braga.
A Paixão de Jesus não é “senão a paixão de Deus pela humanidade”, conclui o responsável pela Igreja Católica nos Açores, reiterando uma vez mais que a cruz “mais do que mensagem trágica, é uma mensagem de amor”.
Na reflexão proposta para a semana santa a todos os açorianos, através do Portal da Diocese, o Bispo de Angra lembra a história da primitiva comunidade cristã que sentiu a necessidade de meditar longamente sobre a Paixão de Jesus, transformando-a na parte preponderante e mais antiga das narrações evangélicas.
D. António de Sousa Braga sublinha que foi à volta dos relatos da Paixão que se formaram as primeiras tradições orais sobre Jesus, que depois foram escritas nos Evangelhos que conhecemos.
Aliás, lembra o Prelado diocesano, tal como hoje, no meio do sofrimento e das contrariedades da vida, também “os primeiros cristãos, debruçando-se sobre o mistério da Paixão de Jesus, procuravam dar sentido a uma realidade, à primeira vista incompreensível “É possível um Deus, feito homem, Crucificado?” quando a “ Cruz era o suplício dos malfeitores” para concluir de imediato, que esta é a essência do cristianismo que apresenta “um Deus que se faz homem” que “ como homem, assume a condição de servo, que dá a vida” e está sempre presente.