Bispo de Angra pede aos cristãos que não desistam da fé

As adversidades da vida não são “culpa” de Deus.

As dificuldades da vida não são obra de Deus e os cristãos têm de acreditar que Ele nunca os abandona, afirma D. António de Sousa Braga na quinta catequese quaresmal – Deus “sabe” a Vida– que o Portal da Diocese publica este sábado.

 

“Um dos aspetos dramáticos da nossa fé é o aparente silêncio de Deus, no meio das contrariedades da vida e das contradições da história. Parece que Deus se cala perante o sofrimento humano. Diante das injustiças e do mau trato de crianças inocentes, vem espontânea a pergunta: onde está Deus?”.

 

Embora considere a pergunta legítima, o Prelado Diocesano lembra que Deus  é, por vezes “uma presença “escondida”, que só se “vê” com os olhos da fé.

 

“Não há prova científica da existência de Deus. A fé não é a conclusão de um silogismo. É crer sem ver”, afirma o Bispo de Angra convidando os cristãos a não desistirem da fé.

 

“Os cristãos continuam a crer, não obstante todas as incompreensões e confusões do mundo circunstante, na bondade de Deus e no seu amor para com os seres humanos. Apesar de estarem imersos como as outras pessoas na complexidade dramática das vicissitudes da história, permanecem inabaláveis na certeza de que Deus é Pai e nos ama, ainda que o Seu silêncio seja incompreensível para nós”.

D. António de Sousa Braga pede, por isso aos cristãos, nesta Quaresma, que “confiem e saibam esperar”.

 

“Olhando à nossa volta, tudo nos fala de Deus. A natureza inanimada é um mostruário fascinante de uma multiplicidade de coisas, que, na sua variedade e harmonia, apelam para a Beleza Suprema”.

 

Por outro lado, diz o responsável pela igreja nos Açores, “ não é possível contemplar a natureza viva, sem pensar na Fonte da Vida. E maravilha das maravilhas é o ser humano, tanto no corpo como no espírito. Independentemente da imagem que possamos ter de Deus, a vida “sabe” a Deus e Deus “sabe” a vida”.

 

Desta feita, conclui o Bispo de Angra, “não posso crer numa religião, que não seja defensora da vida neste mundo (da vida real, não de silogismo), como testemunho do dom da vida plena, que confiamos alcançar por graça de Deus” .

 

D. António de Sousa Braga termina a quinta reflexão sobre as imagens de Deus, criadas pelos homens, lembrando que “há indícios claros de Deus, amor na criação” que se traduzem para além dos “sentimentos ou energias” e se revelam através do amor que cada um dispensa ao seu semelhante.

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