Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social sublinha trabalho junto das vítimas dos incêndios de 2017 e dos reclusos
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. José Traquina, disse hoje em Santarém que a Cáritas Portuguesa é organização ao “serviço de todos”, recordando o trabalho junto das vítimas dos incêndios e dos reclusos.
“No último ano de 2017 a campanha dos incêndios foi a ação mais visível e mais dramática da atuação da Cáritas”, referiu o bispo de Santarém, na Sé desta diocese, durante a homilia da Missa a que presidiu por ocasião do final da semana nacional da Cáritas.
Em resposta às emergências provocadas pelos incêndios de junho e outubro de 2017, duas campanhas de recolha de fundos angariaram cerca de 2 milhões e 100 mil euros.
Com esta verba, foi assumida a construção de 51 habitações em Coimbra e Portalegre-Castelo Branco (28 concluídas e as restantes em curso); foram apoiados produtores de animais, em Viseu e na Guarda, e “muitas famílias nos complementos dos seus meios de vida”, realçou o bispo de Santarém, citando dados da Cáritas Portuguesa.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social evocou o protocolo estabelecido entre a Cáritas e a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, para ajudar à “inclusão” dos reclusos, fazendo deles “os principais agentes do seu desenvolvimento”.
O bispo de Santarém elogiou, neste contexto, as “1900 ações de apoio” junto dos reclusos, nas diversas prisões, levadas a cabo pelos organismos da Pastoral Penitenciária da Igreja Católica.
“É um testemunho que registamos com muito agrado. Deus não desiste de ninguém”, insistiu D. José Traquina.
No início da celebração, o presidente da Cáritas Portuguesa saudou a assembleia e todos os que seguem a celebração através da transmissão da TVI, destacando a missão de “contribuir para que a humanidade se sinta uma só família humana, responsável por cuidar da casa comum”.
“São estes os dois imperativos para o futuro sustentável do mundo, que queremos hoje colocar no altar”, assinalou Eugénio Fonseca.
A Semanal Nacional da Cáritas, iniciada na segunda-feira, teve como tema em 2018 ‘Uma Só Família Humana, Cuidar da casa Comum’, numa reflexão sobre ‘ecologia integral’.
A organização católica de ação social respondeu a mais de 68 mil pessoas no primeiro semestre de 2017, em particular como consequências de dificuldades ligadas ao “trabalho e sobre-endividamento, seja por terem recursos insuficientes para fazer face às suas despesas correntes, seja por terem piores condições laborais”.
“Esta realidade é ainda mais preocupante nos jovens e disso mesmo demos conta no recente relatório conjunto da Cáritas Portuguesa e da Cáritas Europa ‘Os jovens na Europa precisam de um futuro’”, assinala o organismo, na sua renovada página de internet.
A nível internacional, a organização apoiou com alimentos, agasalhos, apoio social e alojamento mais de 3200 refugiados na Turquia, na Sérvia e na Grécia; as vítimas das cheias na Albânia; contribuiu com medicamentos para famílias na Venezuela. A Cáritas em Portugal tem mais de 1400 colaboradores profissionais e cerca de 100 dirigentes; conta com a colaboração regular de cerca de 250 voluntários e mais de 4 mil voluntários ocasionais.