Bispo de Angra quer uma igreja inclusiva

Na primeira celebração dos 300 anos da Igreja de São José a que presidiu, D. António de Sousa Braga lembrou aos católicos que mais importante que os espaços é celebrar uma fé viva e atuante.

A primeira grande celebração comemorativa dos 300 anos da Igreja de São José, em Ponta Delgada, presidida pelo Bispo de Angra, neste terceiro domingo da Quaresma, ficou marcada pelo apelo de D. António Sousa Braga a uma Igreja misericordiosa e livre do preconceito.

 

 

Na homilia da missa dominical, o prelado diocesano comentou o encontro de Jesus com uma mulher da Samaria, relatado pelo Evangelho de São João, para lembrar a todos os presentes que a Igreja deve ser um lugar de inclusão, onde todos os “que têm sede podem beber e os que têm fome podem comer”.

 

Tal como a mulher se converte a Jesus (e “leva os seus compatriotas à conversão!”) também “nós devemos ser capazes” dessa conversão, sobretudo neste tempo de quaresma, libertando-nos dos preconceitos e “seguindo o exemplo de Jesus”.

 

Para isso é preciso escutar o clamor dos pobres.

 

“Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: ‘sendo rico, se fez pobre por vós’”, lembra o prelado diocesano que exortou os cristãos a seguirem os seus passos.

 

 

“Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos e na Sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo” disse o Bispo de Angra lembrando uma passagem da mensagem quaresmal do Papa Francisco.

 

 

D. António de Sousa Braga sublinhou o facto da comunidade paroquial de São José estar a celebrar os trezentos anos da construção do seu templo mas lembrou que essa celebração deve ir para além do edifício material.

 

“Comemoração é fazer memória, o que  biblicamente, consiste, não apenas em recordar algo do passado, mas, sobretudo, em  tornar presente e atuante, a fé que animou gerações e gerações, que se reuniram nesta igreja. Em comunidade e como comunidade, queremos celebrar a nossa fé no Senhor Jesus e na Sua Igreja, sinal e instrumento da salvação de Deus, trazida por Cristo”, disse o prelado diocesano.

 

Depois deixou uma palavra para a forma como os cristãos devem viver essa fé.

 

“A nossa fé é um ato pessoal, na medida em que é uma escolha livre e voluntária. Mas é, ao mesmo tempo, um ato comunitário e eclesial, na medida em que acreditamos como comunidade e na comunidade cristã, que nos transmite a fé”.

 

 

E, frisou que a única forma de viver essa fé em comunidade é na Igreja, “na sua dimensão humana e divina, com todas as suas limitações e fragilidades”.

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