Com Pe. Sérgio Mendonça
A aposta na catequese e na juventude é a força motriz da ação perspetivada pelo novo ouvidor eclesiástico da ilha Graciosa para os próximos anos.
Em entrevista ao Igreja Açores, o Pe. Sérgio Mendonça, natural das Flores, sublinha que a ilha não é diferente das ilhas pequenas: pouca gente e, sobretudo, gente envelhecida.
“Aqui temos o problema que a maioria das ilhas tem: uma população envelhecida e quem sai já não regressa” refere o sacerdote que coordena a ação pastoral de uma ilha com quatro paróquias, dois curatos e dois lugares de culto que não têm este estatuto canónico.
Com pouco mais de 4.300 habitantes a ilha Graciosa tem ainda três padres ao serviço dos católicos.
“Procuramos trabalhar em equipa e os desafios abraçamo-los juntos” referiu o Pe. Sérgio Mendonça que se assume particularmente como moderador.
“Aqui na ilha as paróquias não são concorrentes. Procuramos beber de cada uma a experiência que ela nos dá” acrescenta.
“Há muito que caminhamos assim, com os recursos que temos. E os que cá estão quando se comprometem comprometem-se a sério” referiu ainda lembrando que “ás vezes até dizemos: somos sempre os mesmos”.
A ilha Graciosa possui quatro agrupamentos de escuteiros mas só três estão activos. O da Luz acaba , de resto, de ser reativado.
“A igreja local é viva e faz-se um lugar de encontro” precisou.
“Pela experiência que tenho a participação nem é das piores. Há sempre momentos com ritmos diferentes; mas é uma igreja em que as pessoas participam bastante e procuram muito as manifestações da piedade popular”, conclui.
A pastoral social está particularmente organizada entre Cáritas e Conferências Vicentinas, até porque na Graciosa há pobreza, sobretudo “envergonhada” para além dos programas sociais. Até há bem pouco tempo a Graciosa tinha uma elevada taxa de beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
“O que nos preocupa mais são os pobres que não conseguem sair desse ciclo. Trabalham, auferem rendimentos mas o que ganham não chega para suprir os encargos” refere ainda.
A formação é outro dos objetivos que tem em mente para a pastoral da ilha.
“Fizemos um curso de iniciação de catequistas e correu muito bem. Gostávamos de fazer outros, noutras áreas pastorais, que até já foram solicitados, como por exemplo os estudos bíblicos.
“Temos sempre novos desafios e a nossa função como párocos obriga-nos a ter a disponibilidade para vermos o que está bem mas sobretudo o que está mal para podermos corrigir”, disse.