“Não deixe cair no esquecimento esta causa”, disse D. António Marto
O bispo de Leiria-Fátima pediu este sábado ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que assuma a “mobilização” da sociedade na prevenção aos incêndios e “não deixe cair no esquecimento esta causa”.
“Apelo que o presidente da República com a sua responsabilidade, arte de diálogo, a sua capacidade de fazer consensos e convergências assuma a mobilização da sociedade e não deixe cair no esquecimento esta causa”, disse D. António Marto este sábado no Santuário de Fátima, na conferência de imprensa que precedeu a peregrinação internacional de agosto, também conhecida como a peregrinação dos migrantes.
O bispo de Leiria-Fátima explicou que Marcelo Rebelo de Sousa é quem “reúne mais consenso na sociedade”.
O bispo diocesano incentivou à “mobilização da sociedade” na prevenção dos incêndios, empenhando e comprometendo todas as suas instâncias, do Estado à Igreja Católica, e todas as confissões religiosas, as autarquias, as escolas e “as mais variadas associações e instituições” porque é preciso “congregar sinergias de forma concertada”.
“É preciso despartidarizar este problema que é causa nacional e não permitir que ninguém o instrumentalize”, afirmou D. António Marto sobre os incêndios que fazem com que o país viva um “momento particularmente dramático”.
Em nome pessoal e do Santuário de Fátima manifestou “solidariedade” com todas as vitimas dos incêndios em Portugal, com quem os tem “combatido”, em particular o profissionalismo dos bombeiros.
“Teremos presente esta intenção na oração da nossa peregrinação”, assinalou.
“Louvor às inúmeras iniciativas de solidariedade, generosidade, de partilha que têm surgido entre no nosso povo, seja a nível das comunidades cristãs, seja cívico.”, acrescentou.
Neste contexto, destacou o valor angariado no peditório da Cáritas Portuguesa – Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios – e a intervenção das Cáritas Diocesanas de Coimbra e de Portalegre-Castelo Branco que assumiram “a construção e reconstrução” de casas de primeira habitação.
D.António Marto adiantou ainda que já recolheram 917.221 euros do ofertório realizado nas comunidades católicas a 2 de julho mas espera-se que “seja mais de um milhão” de euros uma vez que ainda não receberam todos os ofertórios.
O também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa evocou a nota pastoral do episcopado, de 27 de abril, que chama a atenção da sociedade e dos responsáveis políticos para a “prevenção dos incêndios que se repetem todos os anos”.
Nove incêndios em sete distritos estavam hoje, pelas 08:10, ativos e considerados como as ocorrências mais importantes pelas autoridades, estando a mobilizar mais de 2.200 operacionais, segundo a Proteção Civil.
De acordo com o ‘site’ da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), destes nove incêndios, seis encontram-se em curso e localizam-se nos concelhos de Castelo Branco, Coimbra, Tomar, Ferreira do Zêzere, Alvaiázere e Mealhada.
Os restantes fogos, considerados como “em resolução”, situam-se nos concelhos de Cinfães, Cantanhede e Abrantes.
No fogo que lavra no concelho de Castelo Branco está acionado um meio aéreo.
(Com Ecclesia e Lusa)