Mensagem para a Quaresma exorta os cristãos a serem solidários e a celebrar os mistérios da Eucaristia e da Reconciliação.
D. António de Sousa Braga pede aos cristãos açorianos que façam da Quaresma um momento “verdadeiro” de renúncia aos bens materiais, experimentem a partilha, a sobriedade e a “graça” da Eucaristia e da reconciliação.
Na mensagem quaresmal já divulgada pelo Portal da Diocese, o Prelado Diocesano, na linha do que é a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma, lembra que a renúncia “não se faz apenas a partir do supérfluo mas do que é essencial” e se partilha com os outros.
“Não se trata apenas de dar do nosso supérfluo, mas de renunciar a algo, para ir ao encontro do irmão necessitado” e “far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar, a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza”.
D. António de Sousa Braga diz ainda, citando o Papa Francisco que “não nos podemos esquecer que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói”.
Neste contexto, faz um apelo especial à juventude, cujo dia mundial se celebra no domingo de Ramos, a 13 de Abril.
“Antes de mais nada, procurai ser livres em relação às coisas. O Senhor chama-nos a um estilo de vida evangélico, caracterizado pela sobriedade, chama-nos a não ceder à cultura do consumismo. Trata-se de buscar o essencial, aprender a despojarmo-nos de tantas coisas supérfluas e inúteis que nos sufocam… Mesmo para superar a crise económica, é preciso estar prontos a mudar o estilo de vida, a evitar tantos desperdícios. Como é necessária a coragem da felicidade, também é precisa a coragem da sobriedade”.
O Prelado Diocesano apela, por isso, a uma verdadeira caminhada de conversão nesta Quaresma.
“A Quaresma tem de ser um momento de intensa vida sacramental, nomeadamente a celebração da Eucaristia e da Reconciliação” adianta D. António de Sousa Braga que convoca os açorianos a fazerem uma “mudança de vida, pelo caminho do Evangelho de Jesus, que é preciso conhecer sempre melhor, para pôr em prática”, o que “ implica uma assídua escuta e meditação prolongada da Palavra do Evangelho”.
A este propósito lembra que os cristãos devem levar esta palavra “às periferias” sem se esquecerem que o “querigma também tem de ressoar dentro da comunidade eclesial. Também os que estão dentro da Igreja precisam de escutar e meditar este primeiro anúncio”.
Além do primado da Palavra, o Bispo de Angra incita os cristãos açorianos a serem testemunho dessa palavra através de ações concretas.
“Urge, nesta Quaresma, fazer um sério exame de consciência, para ver até que ponto damos testemunho às pessoas, para descobrirem, na proposta cristã, algum sentido para a vida. E, como sabemos, o grande testemunho da fé cristã é o amor fraterno”, adianta o responsável pela Igreja Católica nos Açores.
D. António de Sousa Braga faz ainda uma chamada de atenção para os dias Internacional da Cáritas e do Doente.
O primeiro, que será assinalado a 23 de Março (terceiro domingo da Quaresma), sob o lema “Unidos no amor. Juntos contra a fome” deve ser vivido segundo o marco “essencial da fé cristã: o amor do próximo”.
De resto, o ofertório das missas dominicais reverterá a favor da Cáritas diocesana tal como as restantes ofertas pecuniárias durante a Quaresma, que serão destinadas ao reforço do Fundo de Emergência Social, para ajudar famílias necessitadas, como no ano passado.
No que respeita ao Dia do Doente, que se celebra no quinto domingo da Quaresma, D. António de Sousa Braga pede que seja “mais uma oportunidade”, para dar corpo “à solidariedade de proximidade” porque “o amor autêntico não são palavras bonitas, mas actos e gestos concretos, que devem envolver pessoas e comunidades e que não é compaginável com “uma cultura do descartável”.
No final da mensagem, o Bispo de Angra apela, ainda, aos Romeiros da Quaresma que rezem pelo Santo Padre que faz um ano de pontificado no dia 13 de Março.