Por Renato Moura
Para viajar de Lisboa para as Flores, utilizei, esta semana, um voo que partia em horário cómodo (S4 124), o qual se destinava a Boston, com escala em Ponta Delgada. Percebi que, para atingir a porta de embarque, todos os passageiros para os Açores, incluindo os portadores de documentos de identificação portugueses, tinham de passar pelo controlo do SEF, que obviamente se limitava a olhar para os cartões de cidadão e de embarque. Esta disposição obriga as pessoas a amargurarem em longas filas para um controlo possível com celeridade e feito de outros modos. No caso até destinaram os passageiros à porta 47A, depois mandaram-nos transferir para a 42 e logo a seguir para a 43, onde aguardaram que passasse o atraso no embarque!
No desembarque em Ponta Delgada os passageiros em trânsito, para outros voos nos Açores, tiveram novamente de passar pelo controlo policial, mas nem assim atingiram a sala de embarque. Para sua própria surpresa foram inevitavelmente desembocar na sala de entrada do aeroporto e novamente obrigados a passar pela zona de verificação de talão de embarque e inspecção da bagagem de mão, do vestuário, de todos os objectos que porventura tivessem nos bolsos e até porventura do calçado.
Outro facto insólito é ser-se obrigados a serpentear dentro dos corredores criados com fitas, mesmo quando no momento são pouquíssimos os passageiros que estão na zona. Sendo tão fácil reduzir o percurso com o equipamento utilizado, qual a razão de o não fazer sempre que for possível, sabendo-se haver pessoas que, embora não utilizando cadeira de rodas, têm dificuldades de locomoção?
Também não é fácil encontrar explicação para o facto de os procedimentos de segurança variarem conforme o aeroporto. Há alguns onde um computador não necessita de sair da respectiva bolsa e outros onde isso é exigido. No mesmo dia um cinto passa, mas noutro aeroporto pode fazer disparar o alarme e acarretar a consequente inspecção.
A segurança tem de ser garantida pelo Estado e defendida com rigor pelas polícias e empresas a quem é confiada. Salvo épocas de especial risco, ou locais sob pontual e justificada suspeita, o que parece é dever haver uniformidade de procedimentos.
Naquilo que não tem a ver com segurança, mas com procedimentos possíveis para oferecer mais facilidades e comodidade aos passageiros, existe o dever – humanitário e funcional – de procurar melhores soluções, pois que todos pagam taxas aeroportuárias, a higiene por vezes é descuidada e os serviços são caros e nem sempre de qualidade.