Instituição começou esta modalidade de ensino com alunos do 7º ano mas vai alargar a outros níveis
O colégio de São Francisco, sediado nas instalações da Irmandade do Livramento no Pico da Urze, em Angra do Heroísmo, vai alargar a experiência do ensino doméstico, desenvolvida no presente ano lectivo, a alunos mais velhos, já no secundário.
“Os bons resultados alcançados” pelos alunos do 7º ano em 2016/2017 levam os responsáveis não só a continuar para o 8º ano mas também a “alargar este tipo de ensino a todo o terceiro ciclo e secundário”, refere Tomaz Dentinho, o responsável por este projecto educativo.
“Este tipo de ensino, que existe em várias partes do mundo, pressupõe uma alternativa para os pais que por uma razão ou outra querem ter os seus filhos num ambiente mais exigente e de maior acompanhamento” refere Tomaz Dentinho.
As turmas mais reduzidas, com cinco ou seis alunos, funcionam com o apoio de todas as disciplinas desde as básicas como o Português, a Matemática e uma língua estrangeira mas também História e Filosofia para as humanidades e Ciências e Física e Química para as áreas cientificas naturais.
O Colégio neste ano letivo de 2016/2017 “já funcionou em apoio ao Ensino Doméstico e Individual. Os alunos continuaram inscritos na Escola Oficial mas os pais escolheram dar uma educação individualizada aos seus filhos colocando-os nas aulas do Colégio de São Francisco”, afirma Tomaz Dentinho.
“Agora queremos alargar esta oferta e estendê-la a outros graus de ensino”, precisa.
A propina tem um valor de 200 Euros por mês durante 10 meses por ano e os alunos têm todos os professores como têm na escola oficial, só que em turmas bastante mais pequenas. Todo o processo é feito em coordenação com o Colégio de São Tomás de Lisboa.
Este projecto educativo católico é a única oferta privada no terceiro ciclo e secundário na ilha Terceira. Começou em 2014 com o reconhecimento da Secretaria Regional da Educação mas ainda não conseguiu o número mínimo de alunos para funcionar no regime convencional.
O Colégio de São Francisco é propriedade da ACDA – Associação para a Ciência e Desenvolvimento dos Açores, “procura testemunhar o cristianismo, propondo-o criativamente à liberdade” dos alunos que são chamados a verificar essa “hipótese com lealdade” e tem como parceiro o Colégio de São Tomás, em Lisboa.
Esta escola privada, com ligação ao Movimento Comunhão e Libertação, desenvolve um método de ensino “inovador”, com livros próprios e seguindo, no ensino da matemática, o método de singapura (resolução de problemas com o uso de desenhos no modelo heurístico, por tentativa e erro) e a distribuição das disciplinas de geografia, ciências e física-quimica pelos sétimo, oitavo e nono ano de escolaridade. No entanto para a turma de nono ano, os alunos “prosseguirão o curriculo tradicional”, garante Tomaz Dentinho.
A proposta educacional nasce de uma “certeza recíproca”: o desejo dos pais em educar bem os seus filhos e um “horizonte que se apresenta como hipótese de encontro com a Verdade, a Justiça, a Beleza e o Bem: no desenvolvimento da razão, da liberdade e da afeição, cada aluno poderá tornar-se capaz de assumir responsável e criativamente a sua vida e de contribuir para o bem de todos”, garantiu em abril de 2014 o Pe. João Seabra (Responsável máximo do Colégio de São Tomás), durante a apresentação pública do projeto, nos Paços do Concelho, em Angra do Heroísmo.