Antes da Benção Urbi et Orbi, insurgiu-se contra “ataque ignóbil” contra civis
O papa Francisco apelou hoje, no Vaticano, à paz na Síria, um país onde a guerra semeia “horror e morte”, e considerou um “ataque ignóbil” o perpetrado sábado contra civis.
Perante os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o papa argentino pediu a Deus que traga “paz a todo o Médio Oriente” e que ajude aqueles que trabalham para “levar alívio e confortar a população civil na Síria”, vítima de uma guerra que “não para de semear horror e morte”.
Francisco, que visita Fátima no próximo mês de maio, falou especificamente do atentado de sábado com uma camioneta armadilhada a autocarros que retiravam civis e combatentes de Alepo, que causou 112 mortos segundo o Observatório Sírio dos Direitos do Homem, considerando-o um “ataque ignóbil”.
O líder católico falou também da América Latina, das “tensões políticas e sociais” e mesmo da “violência” para pedir que “Jesus ressuscitado ajude os esforços” de quem “se compromete com o bem comum das sociedades”, desejando que “se construam pontes de diálogo”.
Os conflitos no Iraque, no Iémen, no Sudão do Sul, na Somália, na República Democrática do Congo e na Ucrânia também foram referidos.
Com a missa da Páscoa e a bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade e ao mundo) terminam os ritos da Semana Santa.
Já este sábado, durante a Vigília Pascal, o Papa Francisco denunciou a forma como os migrantes, os pobres e os marginalizados veem a sua “dignidade humana crucificada” por causa de injustiças e da corrupção.
Francisco recordou a cena bíblica em que duas mulheres se aproximam do túmulo de Jesus e considerou que a sua desolação por causa da sua morte pode ser vista todos os dias nas caras das mulheres cujos filhos foram vítimas de pobreza, exploração e injustiças.
“Podemos ver os rostos daqueles que são cumprimentados com desprezo porque são imigrantes, privados de país, de casa e de família”, disse.
O papa também se referiu aos que são vítimas da burocracia e da corrupção “que lhes rouba os direitos e destrói os sonhos”, destacando assim dois temas que tem destacado nos quatro anos de papado: os direitos dos migrantes e a denúncia da corrupção.
O papa Francisco fez um apelo a todos os católicos: “Derrubem todos muros que nos mantêm fechados no nosso pessimismo estéril, nas nossas torres de marfim cuidadosamente construídas que nos isolam da vida, na nossa necessidade compulsiva de segurança e numa ambição ilimitada que pode fazer-nos comprometer a dignidade dos outros”.
(Com LUsa)