Dia de oração pela paz na Ucrânia

Coordenador da Capelania Nacional Ucraniana recorda que no centro do conflito está sobretudo «um povo que quer melhorar a sua vida».

Coordenador da Capelania Nacional Ucraniana recorda que no centro do conflito está sobretudo «um povo que quer melhorar a sua vida»

 

O coordenador da Capelania Nacional Ucraniana em Portugal lamentou hoje o ambiente de violência e morte que se vive no seu país e pediu às comunidades portuguesas que “rezem pelo fim dos conflitos”.

 

“Neste momento, os ucranianos não têm confiança nos seus políticos nem nos regimes, só têm confiança nas pessoas com quem estão, aqui em Portugal e em todo o mundo, para que se juntem a eles para pedir a proteção divina para o seu país, para todas as suas famílias”, sublinha o padre Ivan Hudz, em declarações à Agência ECCLESIA.

 

A Capelania Nacional Ucraniana, de rito bizantino, está presente em sete dioceses portuguesas e acompanha atualmente uma comunidade emigrante composta por cerca de 60 mil pessoas.

 

O organismo entrou em contacto com diversos bispos e também com a Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) no sentido de mobilizarem as paróquias e as Igrejas locais para um “dia de oração”, esta quinta-feira, pela paz na Ucrânia.

 

“A crescente onda de violência que está a assolar a Ucrânia, fruto de manifestações populares e da resposta repressiva por parte das forças policiais, e que, segundo as notícias desta manhã, já conta com 25 mortos confirmados, é motivo de preocupação e sofrimento para todos, em particular para o povo ucraniano e os seus imigrantes espalhados pelo mundo”, refere um comunicado da OCPM, enviado hoje à Agência ECCLESIA.

 

Desde que em novembro o presidente ucraniano Viktor Ianukovitch afastou a possibilidade de um acordo de cooperação com a União Europeia, e escolheu integrar o bloco económico que a Rússia está a constituir, um pouco por toda a nação o povo começou a sair à rua para contestar o rumo seguido pelo Governo.

 

Segundo o último balanço avançado pelas autoridades locais, na sequência dos confrontos entre a população e as forças de segurança afetas ao regime já morreram pelo menos 25 pessoas (15 civis, nove polícias e um jornalista) e outras 241 ficaram feridas.

 

O coordenador da Capelania Nacional Ucraniana teme que os números reais à volta desta situação sejam “ainda maiores”.

 

O padre Ivan Hudz recorda que no centro desta questão está sobretudo “um povo que não quer guerras mas sim melhorar a sua vida e viver numa sociedade sem perseguições e corrupções, numa sociedade onde haja justiça”.

 

Aquele responsável salienta que a comunidade ucraniana radicada em Portugal está a acompanhar esta situação com “muita preocupação” e que os telefonemas para casa, para saberem das famílias que deixaram no país, têm sido “constantes”.

 

“Muitos ucranianos aqui também já enviaram cartas ao Governo português, a pedir-lhe que intervenha e que ajude a resolver esta questão”, revela ainda o sacerdote.

 

Uma iniciativa que será vivida também na Diocese de Angra.

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