Por Renato Moura
Foi agora a vez de Londres ser atingida por um acto de terrorismo absolutamente repugnante. É novamente atribuído a um europeu, este nascido no Reino Unido. Volta a provar-se que os terroristas não vêm só de fora, mas foram criados dentro das fronteiras deste continente.
Pelo que foi anunciado, já fora investigado pelos serviços de segurança, mas conseguiu fazer-se passar por não ser um cidadão de risco. Mas a verdade que o proclamado estado islâmico já reivindicou o atentado. Já três vítimas mortais, dezenas de feridos, alguns em estado grave, de novo atingidos cidadãos de várias nacionalidades. A curta distância entre a vida e a morte atinge humanos, que na hora certa estavam no sítio errado. Isso o cidadão comum não pode dominar e por isso não devemos ceder à cultura do medo. Mas também sempre se esperou que as forças de segurança, ao serviço dos que são escolhidos para governar, pudessem prevenir com alguma eficácia.
O problema é que, cada vez mais, ouvimos falar de políticos, com altos cargos, absolutamente irresponsáveis, o que se pode avaliar até pelas declarações públicas que fazem, em pleno exercício de funções. E realmente há várias maneiras de matar a esperança na Europa e de retirar a confiança nos políticos. Há vários modos de achincalhar as pessoas e de ferir a sensibilidade das nacionalidades.
Ainda recentemente se noticiou que um tal Janusz Korwin-Mikke, polaco, deputado europeu, defendeu a desigualdade de salário entre homens e mulheres, com a incrível justificação de que estas eram mais fracas, pequenas e menos inteligentes. Sabemos bem que há quem chegue a deputado sem o menor mérito, mas apesar de tudo é repugnante, que em pleno Parlamento Europeu um dos seus membros tenha tamanho desplante.
Agora foi a vez de rebentar um outro escândalo, este perpetrado por Jeron Dijsselbloem, Ministro das Finanças holandês, que numa entrevista declarou que os países do sul da Europa, em crise, gastam o dinheiro em álcool e mulheres. O mais grave é que este político detém a alta responsabilidade de ser o Presidente do Eurogrupo, ao qual pertencem os ministros das finanças da zona euro, e nem detendo essa qualidade se coibiu de agravar a tensão entre o norte e sul duma Europa já pejada de problemas, de desentendimentos, de falta de solidariedade e em risco de pôr em causa o projecto europeu, pelo menos com a matriz que ele foi concebido. Outra atitude repugnante.
Posições destas desonram ainda mais os políticos e contribuem para maior descrédito das instituições europeias.