Prelado elegeu a pastoral social como a sua primeira grande bandeira desde que é bispo titular da diocese
Um ano depois de ter assumido a titularidade da diocese de angra, como bispo residencial depois de três meses como coadjutor, o bispo de Angra, D. João Lavrador afirma que a realidade social “é alarmante” e que “continua a haver fome” no arquipélago.
“Tenho estado muito atento à realidade social e o que vejo, realmente, é que há uma realidade social alarmante no que respeita à pobreza, sobretudo no sentido mais tradicional, e pode dizer-se que continua a haver fome nos Açores”, afirma o prelado que no dia 14 de março completa um ano como bispo residencial.
“Tenho-a detetado em várias situações”, precisa D. João Lavrador sublinhando que “há uma dificuldade em encontrar um patamar razoável, e digo já só razoável, para os açorianos ao nível do emprego e eu penso que se poderia ter ido mais além do que isto”.
“O desemprego é uma realidade alarmante nos Açores, sobretudo nos sectores mais tradicionais, como o marítimo que tem tantas potencialidades e agricultura, também”, refere.
Por isso, acrescenta, esta realidade “exige da igreja o melhor que ela tem de si própria: uma atenção e uma ação permanentes junto dos mais desfavorecidos”.
“Esta realidade social preocupa-nos e temos que lhe dar toda a atenção e colaboração”, conclui.
As questões sociais têm constituído uma prioridade deste episcopado que no primeiro ano de governo diocesano elegeu a Pastoral Social como a grande linha de força da ação pastoral.
Um ano depois de ter assumido o governo diocesano, automaticamente após a resignação de D. António de Sousa Braga, o prelado continuou esta tónica social reforçando as iniciativas da igreja. Por isso, os movimentos eclesiais mais implicados na pastoral sócio-caritativa fazem um balanço positivo deste primeiro ano de episcopado de D. João Lavrador.
Maria Carmelo Alves, presidente do Conselho Geral das Conferências Vicentinas da ilha Terceira lembra que D. João Lavrador tem uma grande proximidade “à alma vicentina” e tem sido muito “encorajador” nos desafios lançados nomeadamente “ de sermos exigentes na ação que não é só distribuir alimentos mas levar conforto espiritual aos nossos assistidos”, diz a dirigente.
A presidente da Cáritas Diocesana, Anabela Borba, sublinha, por outro lado que a “exigência dos tempos em que vivemos” e a prioridade da ação social a nível da Diocese “obrigam a uma proximidade entre o Bispo e a Cáritas.
“Contamos com ele para nos ajudar a fazer a Cáritas sair de si mesma para estar ao serviço das comunidades”, refere ainda a dirigente.
José António Gomes, da Cáritas de São Miguel, destaca a aposta do do Bispo de Angra na pastoral social e diz que a relação “ era boa e continua a ser boa”.
“Temos sentido que há uma preocupação da diocese e do nosso bispo com as questões sociais e isso anima-nos. Tem sido um sinal de que o nosso bispo está connosco , preocupa-se com a nossa ação e portanto não nos poderíamos sentir melhor”, remata o dirigente.
O balanço de um ano de episcopado feito pelos protagonistas da igreja açoriana no que respeita à pastoral social e a a entrevista ao bispo de Angra São dois dos temas do programa de rádio Igreja Açores que vai para o ar este domingo, ao meio dia, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.