Bispo de Angra preside ao aniversário
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela, na ouvidoria da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel celebrou no dia 8 de março o 500º aniversário da sua dedicação, mas a festa só se realizará domingo, dia 12 e será presidida pelo bispo de Angra.
O ouvidor da Ribeira Grande e pároco da Matriz, Pe Manuel Galvão, avançou ao Igreja Açores que se trata de um momento “alto” , assinalado ao longo desta semana com celebrações de Lausperene, tendo sido cada dia assegurado por uma paróquia da ouvidoria.
“Quisemos que esta data envolvesse toda a ouvidoria e por isso desafiamos as paróquias a juntarem-se à festa” disse ainda o sacerdote.
Têm sido vários os eventos para assinalar os 500 anos da dedicação desta Igreja da costa Norte de São Miguel: um curso de iniciação de catequistas, conferências, formação para Ministros Extraordinários da Comunhão, e agora “teremos momentos de adoração permanente”.
As celebrações deste 500º aniversário terminarão apenas no fim de semana da festa do Cristo Rei, em novembro.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela remonta a uma ermida sob a invocação de Nossa Senhora da Purificação, que existiu no local em fins do século XV. Em 4 de junho de 1507, dois meses antes da elevação da Ribeira Grande a vila, deu-se início à construção de uma igreja matriz. Tendo como modelo a Igreja de São Miguel Arcanjo, em Vila Franca do Campo, a obra foi confiada ao mestre de obras biscaínho Juan de la Peña .
As obras foram concluídas em 1517, sob a invocação de Nossa Senhora da Estrela. Foi sagrada pelo bispo de Tânger, D. Duarte, que à época viera a São Miguel em delegação do bispo do Funchal.
Os trabalhos de decoração prosseguiram pelo século XVI, sendo adquiridos paineis, retábulos e paramentos de grande valor artístico. O padre António Cordeiro refere-se a um altar aqui instituído por D. Mécia Pereira e seu marido, D. Gomes de Melo, que continha um painel dos Reis Magos, ainda hoje existente, e que deve datar de 1582.
A igreja foi abalada pelos terramotos de 1563, 1564, 1571, 1588 e 1591. Por volta de 1680 a derrocada da torre sineira destruiu uma das naves e arruinou as demais.
Após a demolição do antigo templo, iniciou-se a construção do atual, com projeto de Sousa Freire, então vigário da Ribeira Seca. Após o falecimento deste, as obras passaram a ser orientadas por Manuel de Vasconcelos. Os trabalhos prolongaram-se até 1736, com o contributo das esmolas da população.
Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público.