Misericórdia de Angra aguarda luz verde para integrar rede regional de cuidados continuados

Provedor já reuniu com a tutela na semana passada, que manifestou “abertura”.

A Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo já manifestou ao Secretário Regional da Saúde o desejo de ver integradas na Rede Regional de Cuidados Continuados as 62 camas de que dispõe e que, na prática, já funcionam desta forma.

 

 

“O Governo vê com muita abertura esta nossa intenção e já nos informou que deu instruções para que a equipa que coordena a rede regional nos visite e proceda à avaliação das nossas condições técnicas e humanas para proceder a essa integração” disse ao Portal da Diocese o novo Provedor da Santa Casa de Angra, Bento Barcelos.

 

A Santa Casa, que acolhe neste momento cerca de 190 idosos no seu lar e na Residência da Sé, disponibiliza 34 camas na unidade geriátrica, 28 camas de enfermaria e mais duas camas de transição, que se destinam a situações pontuais de pessoas acolhidas que, de um momento para o outro, podem perder a autonomia. As restantes camas são ocupadas por idosos que ainda conservam mobilidade e autonomia motora e física.

 

Dispõe ainda de uma equipa permanente de saúde composta por 10 enfermeiros e dois médicos (um cardiologista e um médico de medicina geral e familiar) em regime de prestação de serviço.

 

“A par destas condições humanas, que estamos sempre a tentar melhorar, apostando por exemplo na formação dos cuidadores formais, temos também as condições logísticas, nomeadamente as calhas técnicas com gases medicinais de uso hospitalar, mas estaremos naturalmente disponíveis para acatar as sugestões da comissão regional de cuidados continuados”, disse ainda Bento Barcelos.

 

Para o Provedor da Misericórdia de Angra seria “muito importante esta certificação” porque “é o reconhecimento do nosso trabalho” e simultaneamente a “ garantia de que este serviço que já prestamos também possa contar com algum apoio financeiro público”.

 

“O nosso objetivo é que as pessoas tenham todo o apoio necessário para garantir a sua dignidade enquanto pessoas e, por isso, todos os recursos que possam ser canalizados para isso são bem vindos”, conclui Bento Barcelos que fez desta integração dos serviços prestados pela Santa Casa na rede regional de cuidados continuados uma das suas batalhas eleitorais.

 

De resto, na primeira reunião da mesa administrativa da Santa Casa, há 15 dias, foram autorizados dois internamentos de doentes que consecutiva ou intercaladamente estavam há um ano no hospital de Angra a necessitar deste tipo de cuidados.

 

A Rede Regional de Cuidados Continuados, que conta também com a  vertente dos cuidados paliativos, é coordenada pela médica Margarida Moura, Assistente de Medicina Interna do Hospital Divino Espírito Santo, Ana Catarina Pimentel, Administradora Hospitalar do hospital de Ponta Delgada, e Ana Rita Diogo, enfermeira da Unidade de Saúde da ilha de São Miguel.

Os três hospitais dos Açores deverão ter a partir deste ano 20 camas em unidades especiais de cuidados paliativos para um tratamento e acompanhamento mais especializado aos doentes em fase terminal. No hospital de Ponta Delgada, a unidade deverá arrancar com 10 camas, tendo os hospitais de Angra e da Horta 6 e 4 camas, respetivamente.

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