“Caminhamos com Maria ao encontro de Jesus” é o tema do encontro que se realiza na Ribeira Grande
Os romeiros de São Miguel realizam o seu retiro anual, de preparação para a Romaria quaresmal deste ano, no próximo domingo, dia 29 de janeiro, na Escola Secundária da Ribeira Grande.
“Caminhamos com Maria ao Encontro de Jesus” é o tema do encontro espiritual que se inicia às 9h00 e encerra com um momento de adoração eucarística, às 17h00.
O retiro este ano estará de olhos postos no centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, aos três pastorinhos, e por isso tem como tema dominante a espiritualidade mariana. A “Mensagem de Fátima e a sua Atualidade”, apresentada por Luísa Silva, do Movimento legião de Maria e “Caminhamos com Maria ao encontro de Jesus” por D. João Lavrador, bispo de Angra, serão dois momentos de reflexão e de catequese mariana.
Dando cumprimento às orientações pastorais diocesanas, os romeiros vão igualmente debater as questões sociais com uma intervenção de Monsenhor Weber Machado intitulada a “Ação Social da Igreja”.
Da parte da tarde, a seguir ao almoço convívio, os romeiros são convidados a participar na missa e num momento de adoração eucarística.
Os Romeiros realizaram no passado dia 7 de dezembro a eleição dos corpos sociais da associação, entretanto ratificada pelo bispo de Angra.
Entre os projectos que estão a desenvolver encontra-se o da Casa do Romeiro, na Lagoa que vai ser inaugurada no primeiro semestre deste ano, para preservar a tradição das romarias quaresmais e desenvolver uma ação mais proativa deste movimento na área social.
“Os romeiros de São Miguel têm praticamente 500 anos. Nos últimos 50 anos houve alguma evolução, mas o facto é que não tínhamos uma sede social e isto é fundamental para podermos fazer um trabalho em condições”, afirmou o presidente da Associação Movimento Romeiros de São Miguel, João Carlos Leite.
Todos os anos os primeiros ranchos partem no primeiro fim de semana após a Quarta-feira de Cinzas e os últimos regressam às suas localidades na Quinta-feira Santa.
João Carlos Leite disse que “a Casa do Romeiro vai ficar instalada no concelho da Lagoa”, fruto da cedência de “um espaço da autarquia”, acrescentando que o imóvel “vai ser alvo de ligeiras adaptações, mas deverá ser inaugurado ou antes das romarias ou logo após, em fevereiro ou em abril”, respetivamente.
“Será a sede social, com os arquivos e equipamentos informáticos, e também um espaço para colocar uma exposição com situações alusivas aos romeiros. É objetivo criar alguma interação com a comunidade lagoense, em particular, e com a comunidade micaelense em geral”, salientou.
O Movimento de Romeiros de São Miguel tem associados 52 ranchos, além de mais dois da diáspora, em Toronto, no Canadá.
Segundo João Carlos Leite, o objetivo é ter uma associação de romeiros “ativos e assertivos na sociedade micaelense” com o objetivo de preservar a tradição das romarias e, agora de uma forma mais organizada, “desenvolver uma ação mais proativa na sociedade, a nível pastoral, religioso e cívico”.
As romarias quaresmais terão surgido na sequência de terramotos e erupções vulcânicas ocorridas no século XVI na ilha que arrasaram Vila Franca do Campo e causaram grande destruição na Ribeira Grande.
Só homens podem participar nestas romarias, de duração de uma semana, que têm um percurso sempre com mar pela esquerda, passando pelo maior número possível de igrejas e ermidas da ilha.
Os romeiros de São Miguel usam um xaile e um lenço e transportam um bordão e um terço. Ao longo do percurso, entoam cânticos e rezam.
Durante a semana em que estão na estrada dormem em casas particulares ou em salões paroquiais, devendo iniciar a caminhada antes do amanhecer e entrar em localidades logo a seguir ao pôr-do-sol.
Este ano as romarias decorrem de 04 de março a 13 de abril.