Diminuição da natalidade é «alarmante»

Alerta do administrador apostólico da Diocese do Porto, D. Pio Alves.

O administrador apostólico da Diocese do Porto, D. Pio Alves, considera que a diminuição da natalidade é mais “alarmante” que a crise financeira que se vive em Portugal. Nos Açores o decréscimo também é “assinalável”, ainda assim a região continua a ter a taxa de natalidade mais elevada do país 11,1%.

 

Em artigo de opinião publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, o também presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais escreve que a diminuição da natalidade é uma situação “alarmante bem mais grave que a grave situação financeira que o país atravessa” avisando que “quando se corrigir, a atual situação deixou já deixou marcas que durarão por gerações”.

 

“Urge que se multipliquem os sinais efetivos de cooperação com as famílias, urge recriar um ambiente propício à vida familiar, que ajude a superar dificuldades objetivas, a vencer o medo à incerteza”, refere D. Pio Alves.

 

“Todos na sociedade temos obrigação de ajudar a criar condições para que as famílias respondam com generosa responsabilidade a esta verdadeira emergência nacional”, enfatiza.

 

Para o administrador apostólico da Diocese do Porto é necessário que toda a sociedade se envolva para “ajudar a criar condições que invertam a situação” sendo que “a Igreja tem um papel importante na sensibilização da população”, mas cabe também “ao Estado, ao governo, a cada um (pessoas, empresas e instituições) olhar para as condicionantes que arrastaram o país e as famílias para esta situação”.

 

“O mundo da política vai deixando, de vez em quando, sinais de que conhece a situação e reconhece a sua gravidade, mas, depois, a prática acaba por ficar, sistematicamente, muito aquém das promessas”, lamenta o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

 

Segundo dados avançados pela Pordata, em 1960 nasceram em Portugal mais de 213 mil crianças, um valor que em 2012 não chegou aos 90 mil.

 

Também nos Açores a taxa de natalidade tem vindo a diminuir. De acordo com números do Instituto Nacional de Estatística, entre 2001 e 2011, a taxa de natalidade nos Açores decresceu 2,1%, passando de 13,2 para 11,1%.

 

Em todas as ilhas registou-se um decréscimo; apenas em São Miguel continua a existir uma taxa de natalidade acima da média regional 12,1%, ainda assim, menos 2,7% que em 2001. O Corvo, as Flores e a Graciosa são as ilhas onde a diminuição da taxa de mortalidade foi mais acentuada aproximando-se do 3%. O Concelho da Ribeira Grande continua a ser o que mais contribui para a média de natalidade dos Açores ser a mais elevada do país, pois é no contexto regional o que apresenta a maior taxa de natalidade, 14,8%.

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