Francisco celebra Missa com cardeais, na Capela Paulina
O Papa celebra hoje o seu 80.º aniversário, num dia que começou com a celebração da Missa na Capela Paulina do Palácio Apostólico do Vaticano, às 08h00 de Roma (menos uma em Lisboa) e prosseguiu com a habitual agenda de encontros.
A celebração contou com a presença dos cardeais residentes em Roma.
Na homilia, o Papa sublinhou a importância de conservar a “graça da memória”, mesmo dos momentos mais difíceis, com confiança na presença de Deus.
A Missa começou com uma saudação do cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício.
Já no fim da celebração, Francisco agradeceu a presença dos cardeais e confessou que, nos últimos dias, tem pensado na “velhice” e desejou que, para si, também seja “sede de sabedoria” e de “esperança”.
“Rezai para que a minha [velhice] seja assim, tranquila, religiosa e fecunda. Também alegre. Obrigado”, concluiu.
O Vaticano criou ainda um endereço especial de email para que seja possível dar os parabéns a Francisco (em português: Papafrancisco80@vatican.va), bem como um marcador (hashtag) para as redes sociais, #pontifex80.
A celebração, no entanto, começou já esta quarta-feira, no final da audiência pública semanal, com os fiéis reunidos na sala Paulo VI a cantar os “parabéns”; Francisco brincou com a situação e disse que na sua terra, dar os parabéns antecipadamente dá “azar”.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de dezembro de 1936; filho de emigrantes italianos, trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia e teologia.
Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).
João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de fevereiro de 1998, após a morte do cardeal Antonio Quarracino.
O primaz da Argentina seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.
Tem como lema ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “Olhou-o com misericórdia e escolheu-o.”
O cardeal Jorge Mario Bergoglio seria eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito, assumindo o inédito nome de Francisco; é o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e também o primeiro pontífice sul-americano.
Em 44 meses, o Papa argentino fez 17 viagens internacionais, nas quais visitou o Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba e Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão e Suécia, bem como as cidades de Estrasburgo (França), onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).
Francisco realizou ainda 12 viagens na Itália, incluindo duas a Assis, onde promoveu a 20 de setembro deste ano uma jornada inter-religiosa de oração pela paz, bem como uma passagem pela ilha de Lampedusa e uma homenagem no centenário no início da I Guerra Mundial, para além de outras visitas a paróquias na Diocese de Roma.
Entre os principais documentos do atual pontificado estão as encíclicas ‘Laudato si’, dedicada a questões ecológicas, a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI, e as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho) e ‘Amores Laetitia’ (A alegria do amor).
Este último documento recolhe as conclusões do Sínodo sobre a Família, em duas sessões (2014 e 2015), com consultas alargadas às comunidades católicas.
O Papa promoveu ainda um Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), terceiro ano santo extraordinário na história da Igreja Católica, durante o qual canonizou Madre Teresa de Calcutá, e um Ano da Vida Consagrada.
A reforma da Cúria Romana, com a ajuda de um Conselho de Cardeais dos cinco continentes, já levou à criação de dois dicastérios (Leigos, a Família e a Vida; para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral) e de várias medidas na administração económico-financeira da Santa Sé e do Estado do Vaticano.
(Com agencia Ecclesia)