Acolhimento

Pelo Cónego José de Medeiros Constância*

Querido Menino Jesus,

Convidaram-me e estimularam-me neste Natal de 2016 a escrever-te uma carta. Não sei se é uma carta , se é um bilhete grande ou se uma comunicação -mensagem -oração em meu nome e em nome de muitas pessoas.

Antes de mais, querido Menino Jesus, vejo no Teu primeiro Natal e no Natal deste ano « o berço do Acolhimento».

Sim o Natal és tu. Ao nascer foste Dom, és  Dom para mim e para todos.

Que riqueza reconhecer na Tua Pessoa para toda a Humanidade « O Sol Nascente» . Tu és Dom que acolhemos como Luz que ilumina as trevas actuais e como Esperança que rompe as desilusões do mundo e do nosso meio.

Em nome de tantas crianças , adolescentes, adultos e idosos do nosso mundo , das nossas ilhas e desta cidade e periferias alargadas onde vivo, onde vivemos, quero dizer que não tendes tu lugar em tantos corações , casas, famílias e instituições ( tal como aconteceu no primeiro Natal) , eu Te acolho, nos Te acolhemos e Te reconhecemos no nosso coração, nas nossas casas , na cidade e nossos ambientes como o Deus connosco, entre nós e em nós.

Mas assim como Te acolhemos , também queremos acolher os outros , pois o presépio de ontem e de hoje, sendo berço do acolhimento também o é de solidariedade.

Sim, querido Menino Jesus, nasceste para acolher.  A tua vida foi um acolhimento às pessoas, em solidariedade, sobretudo  aos mais necessitados.

Ensina-me, ensina-nos em nossas famílias e comunidades a sermos fortemente acolhedores no amor solidário, na verdade da caridade e nas obras da justiça, de mãos dadas com a paz.

Tanta gente sem lar, nem pão aqui, e, por toda a parte, uma quase multidão de gente desiludida com soluções sociais adiadas sem chegar o mundo melhor; e eu, e nós, teus discípulos e tantos homens e mulheres no comodismo e no «bonitinho» do Natal do luxo; e à nossa volta tantas situações de lixo doridas como no teu primeiro Natal.

Concede-me, Querido Menino Jesus, a mim, e a todos os que fazem parte da Tua Igreja nos Açores e em especial nesta parcela de Ponta Delgada , neste ano para nós Jubilar da Tua Mãe em Fátima , que saibamos ouvir e fazer sempre , como ela afirmou um dia : «Fazei Tudo o que Ele vos disser».

Faz-nos acolhedores! Faz-nos solidários ! Amén.

 

*ouvidor de Ponta Delgada

(O título é da responsabilidade do IA)

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