Ouvidor de Ponta Delgada preside hoje às celebrações do dia principal da festa
As festividades em honra do padroeiro de São Roque, paróquia da Ouvidoria de Ponta Delgada, têm hoje o seu ponto alto com a celebração da eucaristia solene e procissão, presidida pelo Ouvidor de Ponta Delgada, Pe José Medeiros Constância.
A procissão, que percorre as principais ruas da freguesia limitrofe de Ponta Delgada, conta com a presença das filarmónicas”Lira de São Roque”, “União dos Amigos” das Capelas, “Lira do Espírito Santo” da Maia, e “Nossa Senhora das Victórias” de Santa Bárbara.
À noite, anima a Festa o conjunto “Banda Larga”, que atua a partir das 22h00, no Largo da Igreja.
Amanhã, 18 de agosto, será o dia do encerramento das festividades. Pelas 12h00, é celebrada a Eucaristia, com a presença de idosos e doentes da freguesia, seguida de convívio.
Durante a noite, atuam o Grupo de Cantares “Passos Dados”, pelas 21h00 , e a Filarmónica “Lira de São Roque”, pelas 22h00.
À meia-noite, tem lugar a tradicional saudação, bênção e despedida de São Roque, com a presença da Imagem no adro da Igreja, o toque do Hino, e fogo de artifício.
Situada em São Roque, na costa sul da Ilha de São Miguel, nos Açores, a Igreja de São Roque, terá sido construída na continuação de um templo anterior sendo a primeira igreja barroca do arquipélago.
É caracterizada pela sua bela fachada, com torre sineira, e capela anexa, decorada com bonitos azulejos do século XVII.
Tem como orago principal São Roque, o padroeiro que a freguesia agora honra nestas festas de verão.
Nascido no seio de uma família da alta nobreza de Montpellier, o jovem Roque ficou órfão muito cedo, decidindo confiar a um tio a tarefa de cuidar da sua herança. Repartiu metade dos seus bens pelos pobres, cobriu o seu corpo de modestas vestes e partiu como peregrino em direção a Roma, tendo ao longo da viagem ajudado muitos enfermos acometidos por uma epidemia, refere o programa das festas.
Conta a história que Roque curava os doentes depois de desenhar sobre a testa o sinal da cruz. Ao chegar a Placência, alojou-se num hospital, onde sarou todos os doentes que ali se encontravam mas acabou por ser contagiado também pelo mal da peste.
Roque resolveu então afastar-se e refugiou-se numa floresta, onde foi visitado por um anjo que o livrou do terrível flagelo e milagrosamente alimentado por um cão que retirava todos os dias um pão da mesa do dono para lho levar.
Quando recuperou da doença resolveu regressar a casa mas, ao chegar à sua terra, deparou-se com uma França destroçada pela guerra e, tendo sido tomado por revoltoso, foi feito prisioneiro e passou cerca de cinco anos em cativeiro, durante os quais padeceu inúmeros sofrimentos, sublinha ainda o programa das festas.
A família só o reconheceu após a morte, graças a um sinal de nascença, tendo decidido o tio dar-lhe piedosa sepultura.
Os restos mortais de São Roque foram posteriormente trasladados a Veneza, devido à fama dos inúmeros milagres que operara durante a sua permanência em Itália e as suas relíquias distribuídas pelas cidades de Antuérpia, Arles e Lisboa.
A sua memória litúrgica é celebrada a 16 de Agosto e o povo cristão assegura que todo aquele que recorre com fervor à sua intercessão, é atendido nas suas súplicas, sendo essa a razão pela qual ainda hoje é considerado um poderoso advogado contra o mal da peste.