Mostra em Nova Iorque evoca vida e obra da santa de Calcutá em defesa dos pobres
A Missão Permanente da Santa Sé na ONU e a ‘Alliance Defending Freedom’ (ADF, Aliança pela Defesa da Liberdade), vão promover uma exposição na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre a vida e obra de Madre Teresa de Calcutá.
A iniciativa insere-se no programa de atividades que visam assinalar em vários países a canonização da religiosa, marcada para o próximo domingo, no Vaticano, sob a presidência do Papa Francisco.
A exposição sobre a fundadora das Missionárias da Caridade tem como título ‘A vida de Madre Teresa e o seu legado para a ONU’, decorrendo de 6 a 9 de setembro.
No último dia, vai ter lugar uma conferência sobre a nova santa com testemunhos e painéis sobre a vida e obra junto dos mais pobres da vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1979.
O Vaticano anunciou em dezembro de 2015 que o Papa Francisco iria proclamar como santa a Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), depois de ter aprovado um milagre atribuído à intercessão da religiosa.
A Congregação para a Causa dos Santos (Santa Sé) tinha dado ‘luz verde’ à causa após ter concluído as investigações sobre a cura miraculosa de um homem brasileiro, de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro, que se curou de uma forma tida como inexplicável.
Ganxhe Bojaxhiu, a Madre Teresa, nasceu em Skopje (Macedónia), pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes então sob domínio otomano, a 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria albanesa, no sul da antiga Jugoslávia.
A 25 de dezembro de 1928 partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda, onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria, para abraçar a Vida Religiosa, com o ideal de ser missionária na Índia.
Acabou depois por embarcar rumo a Bengala, passando por Calcutá até Dajeerling, numa casa da Congregação fundada pela missionária Mary Ward, onde escolheu o nome de Teresa.
Madre Teresa absorveu o estilo de vida bengali e, posteriormente, transmitiu-o às suas religiosas, quando fundou as Missionárias da Caridade.
O seu trabalho nas ruas de Calcutá centrou-se nos pobres da cidade que morriam todas as noites, vestida com um sari branco, debruado de azul, a imagem com que o mundo se habituou a vê-la.
A religiosa faleceu a 5 de setembro de 1997, na casa geral da congregação que fundou, em Calcutá, aos 87 anos de idade.
Foi beatificada por João Paulo II a 19 de outubro de 2003, depois de o Papa polaco ter autorizado que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após a morte exigidos pela lei canónica.
A cerimónia de canonização de Madre Teresa de Calcutá vai ter lugar a 4 de setembro, na praça de São Pedro, a partir das 10h30 (menos uma em Lisboa).
A canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal (os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
(com Ecclesia)