Milhares de peregrinos são esperados na primeira capital da ilha de São Miguel
A Festa do Senhor da Pedra, organizada pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, tem hoje como ponto alto a celebração da Eucaristia e a a procissão solenes, ambas presididas pelo bispo de Angra.
Esta noite a procissão da mudança da imagem da igreja da Misericórdia para a Igreja Matriz de Vila Franca já atraiu inúmeras pessoas à antiga capital da ilha.
Trata-se de uma festa que extravasa o âmbito concelhio e chama a Vila Franca inúmeros cristãos, inclusive da diáspora.
A Procissão da mudança da Imagem do Senhor Bom Jesus da Pedra da igreja da Misericórdia para a igreja da Matriz, foi seguida de uma celebração da Palavra, por D. João Lavrador .
Não é fácil precisar em que altura começou este culto e estas festas. Sobre a imagem há uma lenda que diz que deu à costa, dentro de uma caixa de madeira, na praia do Corpo Santo, em data desconhecida. As duas imagens – a primitiva e a actual – representam a imagem do “Ecce Homo”, o Cristo coroado de espinhos, sentado numa pedra.
As festas em honra do Senhor Bom Jesus da Pedra estão, desde sempre, a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo e realizam-se no último domingo de Agosto de cada ano, pelo menos desde 1903, data da autorização do Papa Leão XIII para que estas festividades fossem reconhecidas.
“O Santo Padre o Papa Leão XIII, atendendo às humildes suplicas, concede o privilégio, a partir do dia de hoje, de se poder celebrar, com pompa sagrada exterior, no Domingo, a Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Coroado de Espinhos, como vem no apêndice do Missal Romano, na sexta-feira depois das Cinzas”, lê-se no documento da Sagrada Congregação dos Ritos.
A Misericórdia da Vila, como é conhecida, é uma das mais antigas da diocese de Angra, datando de 1551 ou 1552, altura em que se deu a fundação da Confraria da Misericórdia que haveria de incorporar todos os bens e obrigações da primitiva confraria do Espírito Santo.
Foi também nessa ápoca que a Misericórdia, depois de ter a funcionar o hospital, construiu a sua Capela, naquele que é o principal complexo arquitetónico de Vila Franca do Campo – igreja, hospital, consistório e farmácia – o coração da Santa Casa, onde se tratavam os doentes e se administrava a Irmandade.