Por Renato Moura
A Ilha das Flores, apesar da sua reduzida área geográfica, seja pelo seu relevo exuberante, pelas suas lagoas e cascatas, é um tesouro de biodiversidade, possuindo assim potencialidades turísticas consideráveis aos que buscam, entre outras, observação da natureza, percursos pedestres, prática de campismo, fotografia e mediante o aproveitamento dos abundantes cursos de água e as altas encostas, a prática de desportos de aventura como o canyoning. O mar que rodeia a ilha permite, para além da natação, o mergulho, seja para observação ou fotografia e a prática de alguns desportos náuticos, bem como a pesca submarina, tudo em águas com qualidade e temperatura consideráveis.
Não obstante já se tenham cometido erros, seja por acção e também por omissão, quer a terra quer o mar são ainda grandes valores florentinos, sobretudo para quantos apreciam o sossego, a serenidade da natureza, a ausência de poluição. O facto de a Ilha estar classificada como “Reserva da Biosfera” exige cuidados, mas tem de ser uma potencialidade a desenvolver.
Outra importante virtualidade da ilha está na sua gastronomia, que constitui sempre um elemento de procura, sobretudo por parte dos turistas, que nesta época do ano vêm em grande número.
Para dar uma boa resposta aos que nos visitam é necessária mão-de-obra, alguma especializada, muita sem especial qualificação.
Fala-se muito em desemprego, havendo todavia desempregados a recusar trabalho que implique um mínimo de responsabilidade profissional ou algum incómodo a nível de horários de trabalho. Há uns que recusam propostas de emprego e logo ameaçam que em caso de recrutamento vão “adoecer”! Há outros que vão à entrevista com o empresário, oferecem boas intenções, mas nunca mais aparecem! Há até os que só estariam disponíveis para trabalhar na indústria hoteleira nos dias de semana e entre as 9 e as 17 horas! E pelos vistos os subsídios continuam!
Há ainda os que vemos por aí aos magotes, acomodados por entidades públicas, que preferem “entreter-se” incluídos nesses variados programas pagos pelo erário público, fumando e desaprendendo de trabalhar a sério e produzir.
Não está em causa o apoio social a quem efectivamente precisa, moral e legalmente a ele tem direito.
Todavia o que não é concebível, nem tolerável, nem moral, que haja mandraços a inventar manobras que lhes permitam receber daquilo que os contribuintes são obrigados a pagar.
Nem sequer seria sadio se alguém fosse tentado a pensar que a malha alarga, por este e o próximo serem anos de eleições.