Festas da cidade património terminam com “império do Espirito Santo” pelo segundo ano consecutivo
A Sé de Angra vai receber a coroação das festas sanjoaninas amanhã, domingo, numa Eucaristia que será celebrada às 11h00 e que envolve a presença da maioria dos impérios da ilha Terceira e representantes da diáspora açoriana, sobretudo na América do Norte.
Este ano a coroação recuperará uma tradição antiga que se prende com a “coroação do séquito real” como disse ao programa de rádio Igreja Açores a vereadora da Câmara de Angra, responsável pela organização das Sanjoaninas, Raquel Ferreira.
De acordo com a organização todos os impérios da ilha (cerca de 70 irmandades) foram convidados a levar uma coroa e uma criança que será coroada na Catedral, recuperando desta forma uma tradição interrompida já há alguns anos.
“Dirigimos o convite a todas as freguesias da ilha Terceira e também aos emigrantes de forma a que todos possam participar nesta festa” adiantou Raquel Ferreira lembrando que “são sobretudo os emigrantes os que “vivem mais esta festa” que é uma forma de mitigarem a saudade.
“Eles fazem estas festas nas suas comunidades mas aqui é sempre diferente” acrescentou ainda.
Para o pe Ricardo Henriques, um dos párocos da Sé, esta coroação “é uma forma de marcar a nossa identidade enquanto povo”.
“A coroação trará pessoas de todos os impérios da ilha e até da diáspora, sobretudo com representações de algumas cidades da América do Norte e penso que toda esta presença é uma maneira de marcar a identidade açoriana que é fortemente determinada pela Festa do Espírito Santo”, disse ainda o sacerdote.
A coroação será “armada” na Igreja da Misericórdia e prosseguirá até São Pedro, onde terminará.
As festas sanjoaninas, uma das mais importantes festas populares dos Açores, têm como tema “Uma capital no coração do Atlântico” e relembram a instalação da Capitania Geral em Angra há 250 anos.
“O que queremos é que a nossa história nos auxilie a projetarmo-nos no futuro” disse Raquel Ferreira durante a conferência de imprensa onde foi apresentado o programa.
“É uma maneira de a dar a conhecer a todos aqueles que nos visitam e aos que cá vivem e de reavivar esses factos da história que nos fizeram ser a cidade que somos” acrescentou a vereadora da Câmara de Angra.
A Capitania Geral dos Açores foi instalada a 02 de agosto de 1766, em Angra do Heroísmo, no Palácio dos Capitães Generais, que mantém esse nome e onde atualmente estão instalados serviços da vice-presidência do Governo Regional.
Foi também nesse edifício que, durante a guerra civil, foi instalada a sede do governo liberal.
As festas seguem o mesmo modelo de anos anteriores, com concertos musicais, desfiles, gastronomia, marchas populares, desporto e tauromaquia, entre outras atividades, que se prolongam por dez dias.