Primeira reunião promovida pela diocese com representantes da sociedade civil e governo “com saldo positivo” diz Pe Duarte Melo
A igreja quer ser a grande patrocinadora da criação de uma plataforma de cooperação e diálogo, que articule a colaboração entre as várias entidades que intervêm na área social, garantindo sempre o respeito pela autonomia de cada instituição.
Esta é a principal conclusão da primeira reunião que sentou à mesma mesa várias entidades eclesiais que trabalham na área social, a sociedade civil e o governo, que decorreu em Ponta Delgada esta segunda feira à tarde.
“Nós temos problemas; as realidades e a forma de intervir são diferentes e cada um tem que saber responder dentro das suas competências mas sempre em articulação uns com os outros”, disse o bispo de Angra, que presidiu à reunião.
Esta primeira reunião que deu o pontapé de saída para a constituição de uma futura “plataforma de diálogo permanente”, como lhe chamou D. João Lavrador, foi um passo importante porque “pela primeira vez sentou toda a gente num diálogo franco e frontal”.
“Estamos todos juntos; respeitamos a autonomia de todas as instituições mas com humildade reconhecemos que temos de trabalhar em equipa” disse ao Sítio Igreja Açores o responsável diocesano pela pastoral social, Pe Duarte Melo.
“Até internamente houve a valorização do trabalho de equipa e isso já foi, por si só, uma conquista de muito valor”, precisou.
Nesta reunião estiveram presentes os responsáveis diocesanos pela pastoral social, familiar e mobilidade humana bem como a Comissão Justiça e Paz, a Cáritas, os Vicentinos, a União das Misericórdias e dirigentes políticos.
“Julgo que esta foi a principal nota da reunião: um conjunto de pessoas, de variadas áreas que convergem num diagnóstico que aponta para uma realidade socio económica difícil para as famílias e que buscam acertar o passo” disse ao Sítio Igreja Açores o responsável diocesano pela pastoral Familiar.
Para o Cónego José Medeiros Constância “pôs-se em comum uma realidade mas em que ninguém pediu nada a ninguém e isso foi bom porque garante a autonomia necessária”.
O responsável pela Pastoral Social , disse por outro lado ao Sítio Igreja Açores, que para “evitar mal entendidos adiou-se a assinatura de uma carta compromisso atendendo ao momento político que a região atravessa”.
“O importante é que consigamos em conjunto articular uma estratégia de intervenção social que responda a uma realidade social preocupante, marcada pela carência social e económica emergente das famílias açorianas”, como de resto sobreleva dos dois comunicados finais dos órgãos de consulta do prelado diocesano, nomeadamente, o Conselho Presbiteral e o Conselho Pastoral Diocesano.
Agora a igreja vai prosseguir seu trabalho, partindo desta reunião para a elaboração das Orientações Diocesanas de Pastoral para o próximo ano que estarão certamente focadas na questão social e na religiosidade popular. Na próxima segunda feira está já agendada uma nova reunião, mas desta feita apenas entre a equipa da Pastoral Social e o prelado diocesano. Outro assunto que merece destaque na agenda do Serviço Diocesano da Pastoral Social é a definição de um Plano Estratégico de Saúde Mental bem como o lançamento de um plano social que combata a pobreza infantil.