Por Renato Moura
Recentemente foram conhecidos os dados preliminares de um inquérito aos jovens participantes no Dia da Defesa Nacional/2015, sobre os comportamentos aditivos aos 18 anos. Realizou-se mediante protocolo assinado entre o Ministério da Defesa Nacional e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências e contou com o apoio das Secretarias Regionais da Saúde dos Açores e da Madeira e das cinco Administrações Regionais de Saúde.
O inquérito terá permitido caracterizar dezenas de milhares de jovens, em relação a comportamentos aditivos e dependências, sendo as substâncias psicoactivas analisadas: álcool, tabaco, substâncias ilícitas e tranquilizantes/sedativos sem prescrição médica. Recolheram-se indicadores como prevalências de consumo, frequência de consumo, comportamentos de maior nocividade e problemas decorrentes do consumo de substâncias psicoactivas.
Concluiu-se que quanto às prevalências de consumo na população juvenil o álcool é a substância mais consumida, seguem-se o tabaco, as drogas ilícitas (destacando-se com 29% a cannabis, mas 10% dos inquiridos consumiram outra substância) e os tranquilizantes/sedativos. A experimentação (prevalência ao longo da vida) atinge: álcool 88%, tabaco 62%, substâncias ilícitas 31% e tranquilizantes/sedativos 7%.
Em relação ao sexo, os consumos são mais expressivos entre os rapazes, mas no caso dos tranquilizantes/sedativos os valores são semelhantes. Ao nível regional, o maior consumo de álcool e tabaco verifica-se no Alentejo, o de substâncias ilícitas no Algarve e o de tranquilizantes/sedativos nos Açores.
Nos últimos 12 meses a embriaguez ligeira foi o comportamento de maior nocividade mais declarado (63%) e a embriaguez severa (30%).
Inquirida também a utilização da Internet.
Todos estes consumos preocupavam os mais conscientes.
O inquérito permitirá aceder a outros dados extremamente importantes para promover acções concretas e urgentes de prevenção e de tratamento ainda em tempo útil. Primordialmente dirigidas aos próprios jovens, utilizando meios de informação e formação adequados e eficazes, às famílias (que nem sempre avaliam os seus filhos), aos professores e educadores.
Mas a preocupação e a mobilização para ajudar e intervir incumbe à comunidade e especialmente às colectividades e instituições de natureza social, com destaque para as muitas que são da Igreja Católica e para as dirigidas por cristãos que devem ter um especial conhecimento e compromisso na concretização dos princípios da doutrina social.