A ideia foi defendida pelo Pe Júlio Rocha na Escola de Formação Cristã promovida pela Ouvidoria da Lagoa na passada quarta feira.
O Pe Júlio Rocha, professor de Teologia Moral no Seminário Episcopal de Angra, defendeu esta quarta feira, numa sessão da Escola de Formação Cristã, promovida pela Ouvidoria da Lagoa, em São Miguel, que um dos grandes males do nosso século reside no facto da sociedade privilegiar essencialmente os bens materiais.
“A grande tragédia do nosso século é que o bem comum ficou reduzido ao bem económico e, por isso, perante todos os desafios que estes princípios colocam à Igreja hoje e sempre, o caminho é deixar a Graça de Deus entrar na vida política e social”, disse Júlio Rocha durante a sessão destinada a debater a atualidade dos princípios da Doutrina Social da Igreja.
Durante hora e meia, o tema foi desenvolvido com uma apresentação dos princípios que enformam a Doutrina Social da Igreja- O bem comum; o Destino Universal dos Bens; a Subsidiariedade; a Participação; A Solidariedade; Os valores fundamentais da vida social: verdade, liberdade e justiça e a via da caridade( este último é a forma da Igreja propor os seus valores e orientações)- que só se tornou “ciência” com a encíclica Rerum Novarum (1891) , do Papa Leão XIII, o que configurou “uma resposta tardia” da Igreja aos problemas da época.
Júlio Rocha considera que a matriz da Doutrina Social da Igreja tem “uma enorme atualidade” e que “um cristão só o é de verdade se seguir estes princípios”, concluiu.
Depois da exposição, seguiu-se um período de debate, “muito participado”, no qual não o diálogo girou à volta do alegado contraste entre a vivência dos princípios da Doutrina Social da Igreja no Vaticano (riqueza e escândalos), na educação , na política e nas paróquias.
A Escola de Formação Cristã da Ouvidoria da Lagoa acontece quinzenalmente, às quartas feiras, no Centro Missionário do Sagrado Coração de Jesus, pelas 20h30, e este ano está a abordar temas referentes à Doutrina Social da Igreja.
A próxima seção será 5 de Fevereiro, com uma conferência do Pe. João Furtado sobre “A família, célula vital da sociedade”.