D. António de Sousa Braga regressa à terra natal para presidir a uma das festas religiosas mais importantes da ilha
A ilha de Santa Maria, nos Açores, viveu este fim de semana as grandes festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres que foram presididas pelo bispo emérito de Angra, D. António de Sousa Braga, que apelou a uma “vivência plena ” da Eucaristia por parte dos cristãos.
De regresso à terra Natal, depois da resignação, o prelado emérito afirmou que o importante na vida dos cristãos é terem “Jesus presente” e isso “só se consegue na Eucaristia”.
“Este é o momento forte e central da vida de um cristão. Uma imagem é importante mas não é a pessoa. E aqui a pessoa é Jesus que deu a vida por nós e quando ressuscitou deixou a promessa de estar sempre entre nós. É isso que devemos celebrar”, disse D. António de Sousa Braga.
O bispo emérito de Angra presidiu à missa e procissão solenes destas festas, que se realizam uma semana depois das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres em Ponta Delgada.
Durante a homilia da celebração dominical, o bispo D. António de Sousa Braga falou, ainda, da misericórdia, invocando Nossa Senhora como a “porta e a mãe” da misericórdia.
“Ela é a figura modelo da igreja e o exemplo de que a experiência divina é sempre maior do que o pecado”, referiu o prelado.
“A experiência divina é sempre maior que o nosso pecado e o nosso pensamento, neste ano, deve virar-se para ela”, disse ainda.
“Neste tempo difícil em que vivemos, situações de conflito e miséria, em que todos somos descartáveis, eis uma ocasião de misericórdia que é a expressão máxima do amor: olhar para Nossa Senhora e fazer como Ela”
A missa e a procissão de domingo, que trouxe às ruas enfeitadas por tapetes de flores naturais centenas de pessoas, constituem a expressão máxima destas festas que começam com um tríduo e têm na procissão de mudança no sábado, ao fim da tarde, um dos momentos altos. Esta procissão é precedida de uma celebração que foi presidida pelo Pe Rui Silva e concelebrada pelo ouvidor.
Durante a homilia, o Pe Vitor Arruda pediu aos presentes para olharem para a imagem do Ecce homo e se deixarem contagiar: ”é na cruz que devemos inspirar-nos para resolvermos a nossa vida”.
“Quando se quiser pensar até onde se pode ir no amor e no perdão devemos olhar para a cruz e ver que, se Jesus não teve limite, nós também não devemos ter. Amor sem limites, perdão sem limites, paciência sem limites… se não conseguirmos fazer isto então não serve de nada estarmos aqui” disse o ouvidor.
O sacerdote lembrou que hoje se vive uma época em que ninguém quer sofrer mas se “Jesus sofreu por nós “então também nós devemos sofrer pelo outro”
“O sofrimento é paixão e paixão é amor, é entrega”, concluiu.
A Imagem saí da Igreja Matriz para a de Nossa Senhora das Vitórias de onde partiu para a procissão solene, acompanhada de fieis e de movimentos organizados.
Por causa do mau tempo o navio da Atlanticoline e o avião da Sata foram cancelados obrigando a rearranjos no programa. Na procissão esteve apenas uma banda filarmónica: a Recreio Espirituense.