Açoriana integra missão ad gentes que o Papa vai enviar pelo mundo

Iniciativa vai marcar audiência de Francisco com cerca de 10 mil representantes do Caminho Neocatecumenal, no dia 1 de fevereiro em Roma.

Uma jovem açoriana de 24 anos, Sara Ferreira, natural de Ponta delgada, partirá para a Mongólia acompanhando a missão Famílias, do Caminho Neocatecumenal, que o Papa Francisco vai enviar no princípio do verão, em missão pelo Mundo.

 

Sara Ferreira, pertence à primeira comunidade neocatecumenal de São José, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel (onde existem mais seis comunidades num total de 13 em toda a Diocese de Angra) e irá  acompanhar um grupo composto por quatro famílias portuguesas, um rapaz, mais duas raparigas e um sacerdote , que vão instalar-se na única diocese católica existente na Mongólia (onde num total de seis milhões de pessoas apenas 400 são católicas) com o propósito de anunciar o Evangelho.

 

Este grupo de cerca de 30 pessoas, contando com os filhos das famílias que decidiram partir para o outro lado do mundo, integra-se no contexto da Nova Evangelização proposta pelo Caminho Neocatecumenal, uma “fundação” católica presente em mais de 120 países, incluindo Portugal e, particularmente, as Regiões Autónomas, cujo principal objetivo é anunciar, pelo testemunho e pela oração, o evangelho, propondo um itinerário de formação cristã, quer dos que estão fora da igreja quer dos que, estando dentro, procuram aprofundar e emancipar a sua fé.

 

“O caminho é a oferta de um serviço à Igreja” disse ao Portal da Diocese Lourenço Tourais, leigo, casado, com oito filhos e um dos elementos da família itinerante responsável pelo Caminho Neocatecumenal nas dioceses de Angra, Funchal e Cabo Verde “ e é esta iniciação cristã que propomos sempre”.

 

Também ele integrará a audiência que decorrerá no próximo dia 1 de fevereiro com o Santo Padre, em Roma, com cerca de 10 mil representantes do Caminho Neocatecumenal, juntamente com o sacerdote que o acompanha nesta missão, o equatoriano Pe Sixto.

 

A iniciativa no Vaticano, vai ser marcada pelo lançamento de “dezassete novas missões ad gentes, pequenos núcleos de evangelização prontos para serem enviados às nações”.

 

Através de “uma bênção solene e de uma oração especial”, o Papa vai enviar “cerca de 75 famílias do Caminho, que resolveram deixar tudo para ir em missão pelo mundo”, oito delas são portuguesas.

 

São os novos evangelizadores que, desta feita, partem sobretudo para a Ásia, cumprindo essa “intuição” do Beato João Paulo II que “anunciou” que o terceiro milénio seria o da evangelização das terras orientais.

 

 

O Caminho Neocatecumenal nasceu há 50 anos em Espanha, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández e é reconhecido pela Igreja Católica como “um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje”, assente em três pilares fundamentais: a palavra de Deus, a Eucaristia e a vida em comunidade.

 

“O caminho é uma fundação que gere bens espirituais”, diz com algum humor Lourenço Tourais, lembrando que o Caminho segue de perto a exortação apostólica do Papa Francisco no que respeita à partida ao encontro do outro, numa perspetiva missionária, “porque o que a Igreja nos diz agora é o que nós fazemos há 50 anos, desde o Concilio Vaticano II”.

 

Atualmente o Caminho Neocatecumenal está implantado também em algumas nações tradicionalmente não cristãs, como China, Egito, Coreia do Sul e Japão.

 

No que diz respeito à missão ad gentes, o grupo católico conta atualmente com mais de “230 famílias a trabalharem em 52 cidades”, realça o comunicado do serviço informativo do Vaticano.

 

Nos Açores o Caminho neocatecumenal entrou pela “ mão” de D. António de Sousa Braga, em 2004, e está “instalado” em sete paróquias onde existem 13 comunidades neocatecumenais, nas ilhas de São Miguel (7) e da Terceira(6), estando previsto, ainda para este ano, o inicio de uma nova comunidade no Pico já em fevereiro “com as primeiras sessões de catequese”.

 

O Caminho tem uma estrutura mista de leigos e sacerdotes, que assenta na família, existindo as famílias itinerantes que ajudam a formar as comunidades locais, integradas nas paróquias, em parceria com os respetivos sacerdotes, assumindo-se sempre como um “espaço complementar onde encaixem todos, católicos, ateus, descrentes mas que tenham esta abertura para receber o amor de Deus”, sublinha Lourenço Tourais.

 

“Ás vezes encontramos resistências mas à medida que o Caminho vai sendo feito, elas esbatem-se e tudo tem corrido bem. Cada Comunidade vai percorrendo o seu caminho, de acordo com um itinerário estabelecido e um ritmo próprio”, remata Lourenço Tourais .

 

Nos Açores, as comunidades são particularmente ativas. Neste momento começou, no inicio do mês de janeiro, uma catequização na paróquia da Agualva (Terceira) com uma equipa de catequistas da 1ª comunidade das Lajes que durará cerca de dois meses e, este fim de semana, começou o 2º Escrutínio (etapa do Caminho) com a 1ª comunidade das Capelas que terminará no final do mês de Janeiro com uma Celebração de conclusão desta etapa presidida pelo Bispo de Angra.

No próximo fim de semana, começará uma catequização na paróquia de S. José, com uma equipa de catequistas da 1ª comunidade neocatecumenal de São José, e no princípio de fevereiro, começará uma catequização na paróquia do Cabouco.

 

Ainda este ano iniciar-se-á uma nova comunidade no Pico.

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