D. João Lavrador participou na Vigília de Oração pelas Vocações no Seminário de Angra
A vocação “é a própria vida” e não cuidar dela é o principal entrave da felicidade e da realização, disse este sábado o Bispo de Angra durante uma vigília de oração pelas vocações desenvolvida no Seminário Episcopal de Angra pelos serviços da pastoral vocacional e juvenil por iniciativa da Tribo Madre Teresa do Agrupamento 114 do CNE, com sede no Seminário.
Inserida na quinzena da oração pelas vocações, a iniciativa contou com o testemunho de uma religiosa consagrada, pertencente à congregação das Servas de Nossa Senhora- Ir. Inês Vasconcelos- e de um casal jovem da ilha Terceira, que se conheceu nas jornadas mundiais da juventude, em Madrid, que falaram da sua vocação consagrada e matrimonial, respetivamente.
O bispo de Angra aproveitou a ocasião para lembrar que a vocação “é o dinamismo de toda a vida” e não apenas “o momento em que decidimos fazer qualquer coisa”.
“As vezes os jovens com 18 ou 20 anos escolhem um caminho e acham que a partir daí tudo fica resolvido” como se a opção de uma profissão, por exemplo, fosse a única vocação, referiu o prelado.
“A vocação é a vida e nós fomos chamados a ela por Deus e pelo seu amor e, por isso, a vocação não é algo estático mas dinâmico como o amor” e cada um deve estar disponível para “corresponder a esse amor”, disse ainda D. João Lavrador.
O bispo de Angra procurou, por outro lado, fazer a destrinça entre vocação e missão.
“O Senhor chama-nos a uma condição de vida, a partir do seu amor e esta vocação é concretizada em cada uma das nossas missões, como sacerdotes, como leigos, como casados”, precisou.
Por isso, “Só há uma razão para não nos acertarmos na vida: é não compreendermos o que Jesus quer de nós…e o que Ele quer de nós é que amemos os outros como ele nos amou. É isto que faz de nós cristãos”, destacou ainda o prelado.
“Somos cristãos não por pertencermos a um clube qualquer, pois a igreja não é um clube. Nós somos cristãos porque seguimos Jesus Cristo e acompanhamos o seu percurso”, afirmou. O prelado lembrou a este propósito alguns exemplos de entrega a Deus desde o Papa a Madre Teresa de Calcutá, que em breve será canonizada.
“Devemos admirá-los mas o seu exemplo deve inquietar-nos e desinstalar-nos” pois “não nos devemos ficar só na admiração mas fazer como eles fizeram porque é a isso que o amor de Jesus nos desafia”.
O bispo de Angra falou, ainda, da importância das comunidades cristãs ajudarem a desenvolver as vocações, em especial a família, para terminar confessando um “sonho”: “ gostava que em cada uma das paróquias desta diocese tivéssemos um grande movimento que pudesse abraçar todos os cristãos e em que todos soubessem responder a Jesus Cristo com a sua vida fosse na vida sacerdotal, na vida religiosa fosse na vida de consagração, fosse na vida matrimonial… e então teríamos uma diocese que estaria respondendo aquilo que Jesus Cristo quer”.
Na vigília de oração pelas vocações, testemunharam ainda a Ir. Inês Vasconcelos, natural das Flores, religiosa há 38 anos e que falou da sua experiência como religiosa consagrada e um casal jovem, natural da ilha Terceira, com quatro anos de matrimónio.
A religiosa, Serva de Nossa Senhora de Fátima, que já no ano passado tinha estado no Faial durante este período que a Igreja Católica dedica à oração pelas vocações, afirmou que “a entrega a Deus a preenche”.
“Quando nós queremos o que Deus quer para nós somos felizes e estamos totalmente preenchidos” e esta “sintonia” é que “é fundamental”, referiu ainda.
“ O que está por trás da vocação é a entrega” afirmou ainda, lembrando que esta entrega “tem que ter por base o amor”.
Também o jovem casal da Terceira, já com um filho, falou da sua vocação através do matrimónio.
“A oração em conjunto, a capacidade de diálogo e a entrega um ao outro são condições fundamentais para a vida”.
A quinzena da oração pelas vocações na diocese de Angra termina no próximo dia 24.
(Com Nuno Pacheco de Sousa)
Notícia corrigida às 22h30 de domingo