Bispo de Angra denuncia cultura marcada pela morte

Primeira Mensagem de Páscoa reflete “perplexidade pessoal” perante sinais de destruição e de ódio

O Bispo de Angra, D. João Lavrador, escreveu a sua primeira mensagem de Páscoa, dirigida a todos os diocesanos, na qual sublinha a urgência dos cristãos contraporem um “Amor mais forte que dá a vida” a uma cultura que continua “teimosamente a permanecer na morte”.

Embora não aluda expressamente aos últimos atentados, ocorridos em Bruxelas, o novo responsável pela Igreja católica nos Açores lembra que estamos “envolvidos num ambiente de perplexidade pessoal e social, amedrontados por tantos sinais de destruição e de ódio”, pois “a nossa cultura continua teimosamente a permanecer na morte, evidenciando os seus sinais e alimentando o seu poder destruidor”.

O prelado diocesano apresenta uma reflexão sobre a Páscoa a partir da Primeira Carta aos Coríntios – “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram”-, lembrando que este é o grande apelo deste tempo, que “apesar de todas as contradições, é tempo de alegria, de esperança, porque é tempo de saborearmos a vida na sua plenitude”.

Por isso, “no meio da sociedade e do mundo em que vivemos, somos chamados a fazer esta experiência de renovação no Amor”, refere o prelado destacando que não se trata de um simples “amor”, na significação que a linguagem corrente dá a esta palavra, mas de um verdadeiro encontro, sobretudo com os mais frágeis.

“É um amor que nos conduz ao encontro com o outro meu irmão, que me entrelaça com uma comunidade, na qual me dignifico como pessoa, e que me leva até junto daqueles que necessitam de gestos de Vida para se reencontrarem com a realização dos seus sonhos da dignidade a que têm direito”, frisa ainda D. João Lavrador.

“Celebramos a Páscoa sintonizando com o coração amoroso de Deus que no Seu Filho nos revela que a vida tem sentido, que os sonhos mais profundos do ser humano podem realizar-se e que uma humanidade nova surge pela Ressurreição de Jesus Cristo que infunde a Vida em todas as Suas criaturas” disse.

Na Mensagem de Páscoa, o bispo de Angra observa que todos são chamados a serem “testemunhas”, pela “palavra e com gestos concretos, da Vida que se traduz no amor, na misericórdia, na partilha, na inclusão de todos os marginalizados e na expressão da verdadeira Sabedoria”, dos quais “se afastem os sinais de morte e resplandeça em todo o seu esplendor a civilização do amor”.

Depois deixa uma palavra sobre o Ano santo da Misericórdia.

“Neste ano da misericórdia, acolhamos as palavras do Papa que nos exortam a confiarmos na humanidade inteira e o universo imenso à Realeza de Cristo, para que derrame a sua misericórdia, como o orvalho da manhã, para a construção duma história fecunda com o compromisso de todos no futuro próximo”.

E termina apresentando “votos de Santa e Feliz Páscoa a homens e mulheres, crianças, jovens, adultos; mas com maior afecto para com os idosos, os doentes, os que vivem na diáspora, os presos e os desempregados”.

 

 

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