D.João Lavrador preside à Missa do domingo de Ramos, dando inicio à celebração da Semana Santa
O novo bispo de Angra desafiou os cristãos a contraporem a uma cultura de morte como solução para o sofrimento, uma cultura da vida assente no amor e na misericórdia de Deus.
Na sua primeira missa de domingo de Ramos como bispo residencial da diocese de Angra, D. João Lavrador lamentou a cultura do descarte a que se chegou hoje.
“Grande é o desafio para nós cristãos perante uma sociedade cuja cultura parece não saber o que fazer com o sofrimento e por isso arvora-se em detentora do poder sobre todas as realidades humanas, mas que perante a dor não tem mais resposta que a morte. Não, perante a dor e o sofrimento há a resposta do amor que faz brotar vida e vida em abundância”, disse o Bispo de Angra.
No entanto, alerta, que para experimentar este amor é preciso fazer um caminho de “confiança”, de “entrega” e de “generosidade”. E isso, acrescenta, só se faz através da compreensão e contemplação do rosto de Cristo.
“Hoje é urgente contemplar o rosto de Cristo”, à boa maneira de São Paulo, diz o bispo de Angra, “ele quer que o olhemos e que o deixemos ver”.
“Só assim, a realidade mais escandalosa para a inteligência humana, quando envolvida pelo amor, torna-se em interpelação à generosidade, à solidariedade, à partilha, à vida na sua plenitude”, frisou ainda o prelado.
E este é o tempo favorável, acrescenta o prelado. Além da igreja iniciar este domingo a Semana Santa, o jubileu da misericórdia deve “despertar-nos para contemplar o mistério da entrega de Jesus, o Filho eterno do Pai e por isso, o rosto da misericórdia de Deus”.
“Este é verdadeiramente o caminho da misericórdia com o qual o Pai quer oferecer-nos a plenitude do Seu amor, da Sua bondade e da Sua Misericórdia” conclui.
O prelado que preside a todas as celebrações da Semana Santa na Catedral, em Angra do Heroísmo, lembra que este “itinerário de comunhão” encontra neste tempo, o momento favorável para esta “conversão”.
A Igreja Católica iniciou este domingo as celebrações da Semana Santa que têm no Tríduo Pascal a sua grande centralidade assente no verdadeiro mistério pascal, com a celebração da paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus, esse ano com a particularidade desta igreja diocesana acompanhar as mudanças propostas por Roma e na missa da Ceia do Senhor eleger cinco apóstolas da Sé, para participarem no rito de lava-pés.