Bispo Coadjutor de Angra profere última catequese da Novena dos Espinhos em São Miguel
A “falta de consciência” do que é ser “Povo de Deus” impedindo que “ele se revele” é porventura “uma das maiores teimosias da humanidade” disse o Bispo Coadjutor de Angra na última catequese que proferiu no âmbito da Novena dos Espinhos, que está a terminar em Ponta Delgada, na igreja jubilar do Senhor Santo Cristo.
“O homem deixa-se sempre seduzir pelo caminho mais fácil, esquece-se dos valores e fabrica um deus de acordo com o seu interesse”, destacou D. João Lavrador.
“E nós, cristãos, que já passamos tantos anos a ouvir catequese, a viver em igreja continuamos, muitas vezes, a exaltar coisas humanas e em vez do Deus do Amor e da Misericórdia, colocamos coisas nossas e fabricamos os nossos deuses, também”, precisou o prelado.
De resto, diz D. João Lavrador enquanto os cristãos continuarem a revelar “esta relutância de se deixarem envolver e converter”, tal como os primeiros povos “não poderão culpar os outros- os que não creem nem amam, nem confiam- por se afastarem de Deus”, conclui.
“Afinal o mundo que se afasta de Deus e que não O conhece não é assim tão culpado porque se nós cristãos nos afastamos e caímos na tentação do mais fácil, o que fará os outros que não conhecem outro mundo que não o seu” afirma em jeito de interpelação para que “todos façamos um exame de consciência” e “nem a igreja está isenta desta responsabilidade”.
Por outro lado acrescenta, “este é verdadeiramente um mal e a fonte de um dos maiores pecados”.
“Um dos problemas maiores do mundo, e fonte do pecado é o ser humano querer substituir Deus e vemos o resultado de tudo isso a partir da nossa sociedade, marcada pela indiferença e pela falta de misericórdia”, destaca, pois a idolatria “qualquer que ela seja não gera Amor nem preocupação pelo outro”.
O Bispo Coadjutor de Angra na sua última catequese no âmbito da Novena dos Espinhos, uma celebração quaresmal que acontece todos os anos no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, ao fim da tarde, exortou os cristãos açorianos a “tomarem consciência de que são Povo de Deus” e isso “os compromete numa missão” que é a de “ser testemunhas de Deus”
“Jesus é o centro de toda a história da salvação e precisamos confiar Nele como o único Salvador e levarmos esta ideia ao mundo”.
O prelado terminou a catequese como fez sempre ao longo desta novena, recordando um ponto da Bula do papa Francisco de proclamação do Jubileu da Misericórdia- Misericordiae Vultus- . Desta feita foi o número 7 que fala da Misericórdia divina como o único caminho “lúcido e verdadeiro com capacidade transformadora” e da presença constante dessa misericórdia “nesta vida e na eternidade”, porque o homem “está sempre sob o olhar misericordioso de Deus”.